Capítulo 02

Vicktória Quinn

— Amiga! Que bom que você chegou. Estava com saudades já. — Sem nem ligar para as pessoas nos olhando, ela me abraça forte e só faço sorrir com seu entusiasmo, pois ela me balança para um lado e para o outro e acabo pulando junto com ela.

— Também estava com saudades, Lena. Você está linda. Tão bronzeada! — Ainda segurando minha mão ela dá uma voltinha mostrando suas costas nuas em sua blusinha frente única, e seu shortinho no meio da coxa. Lena é linda e sabe muito bem usar seus atributos a seu favor. A criatura não liga em abusar de nada. Também, é um arraso de mulher! Em seus plenos 22 anos é praticamente uma modelo de tão linda. Esses Snow podem não ter saído da mesma barriga, mas tenho quase certeza que tem o mesmo sangue.

— Ah! Meu bem, quero aproveitar cada raiozinho de sol enquanto estiver aqui nesse paraíso. Deus, eu amo esse lugar.

Pego minhas malas, mas logo o grandão está ao nosso lado. 

— Senhorita Quinn — Ele me cumprimenta acenando com a cabeça enquanto o olho.

— Posso levar sua bagagem?

— Vick, esse é o Dereck. Segurança e motorista do Peter. Eu vinha sozinha, mas claro que meu irritante irmão mandou seu cão de guarda atrás de mim. — Ela fala mostrando a língua para Dereck. Sorrio para ela, antes de me voltar para o grandão que parece querer sorrir, e lhe cumprimento.

— Olá Dereck, pode me chamar de Vick e claro, pode sim. — Digo entregando minha mala para o mesmo e Lena passa seu braço em minha cintura, enquanto seguimos o mesmo para o estacionamento.

— Preparada para curtir as suas férias?

— Acho que sim, uma praia acredito ser o que eu precisava mesmo. Obrigada por me convidar.

— Não só praia meu bem, hoje mesmo vamos sair para aproveitar a noite, pegar uns gatinhos e quem sabe…

— Quem sabe o quê? Lena, não sei se estou a fim de balada, você sabe que não sou de festas.

— Por isso mesmo. Sorte sua que tem a mim como amiga, então não se preocupe e você vai sim. Até o Peter está aqui em casa hoje e sabe o quanto é difícil meu irmão sair de Nova York para se juntar a família? Quero arrastar ele também e vamos todos curtir uma noite de balada. Mamãe já deu a maior força.

Peter vai também! Ai Jesusinho. Meu santinho ajuda esse meu pobre coração para ele não parar de bater.

Vamos o caminho todo falando sobre San Diego e as suas belas e exuberantes praias. Minha amiga, na verdade, é quem não para um minuto de falar, vou apenas rindo e confirmando algumas das suas loucuras. O carro logo diminui a velocidade ao se aproximar da enorme casa que fica bem isolada das demais. O muro alto que cerca a propriedade já deixa bem claro que intrusos ali não são bem-vindos.

O grande portão de ferro se abre com a nossa chegada e Dereck habilmente nos conduz por entre Pinheiros, macieiras e uma infinita plantação de copo de leite que nos guia até a enorme mansão que da estrada podemos avistar. O carro para e logo Lena salta para fora quando sua porta é aberta por outro segurança. De onde ele saiu?

Dereck vem para meu lado abrindo minha porta e Lena já agarra minha mão puxando-me em direção a casa.

 — Pode deixar que Dereck traz sua mala. Vem, vamos conhecer a casa e os meus homens.

— Seus homens? — Pergunto rindo o que a faz rir mais ainda.

— Eles me irritam, mas eu os amo.

Assim que entramos na sala já encontramos Aretha que vem sorrindo ao meu encontro.

— Vick minha filha, como você está? Seja bem-vinda!

— Oi! Aretha. Estou bem, obrigada por me receber para passar esses dias na sua casa, espero não ser nenhum incômodo.

— Não é incômodo algum. Sinta-se em casa.

Ela me abraça e logo se afasta, mas antes tira uma mecha dos meus cabelos do meu rosto colocando-os atrás da minha orelha. É um gesto tão simples, mas que me mostra tanto carinho que me pego sorrindo para ela, é como se estivesse olhando para minha mãe, acho que preciso visitar ela, faz dois anos que não a vejo, e nunca fiquei tanto tempo assim sem vê-la.

Estou me sentindo carente.

— Seus irmãos estão assistindo ao jogo querida. — Ela fala para Lena dando um passo para trás, mas antes de sair vira-se para mim. 

— Vick, seu quarto está preparado, vou pedir para colocarem suas malas no mesmo. Estou muito feliz em recebê-la.

— Mais uma vez, obrigada Aretha.

Sigo Lena que continua me puxando pela mão até chegar à sala de TV onde já podemos ouvir o barulho e palavrões, dito por algum dos irmãos Snow. Lena revira os olhos, mas não para seus passos.

— Olhe os modos meninos, temos visita.

Vejo um dos irmãos pular do sofá e com um sorriso estonteante vir em nossa direção dizendo:

— Eu vi primeiro.

Não entendo nada e olho para minha amiga que encara o irmão que agora reconheço ser o Rainer. O que ele viu primeiro?

— Sou Rainer. O irmão mais lindo, gostoso e sexy da Lena. — Lindo ele é, mas infelizmente para ela o Peter é muito mais lindo. 

— Você deve ser a Vick, é um imenso prazer conhecê-la.

Sorrio para o mesmo e quando dou por mim, estou sendo esmagada por músculos, pois ao contrário do que pensava ele não me estende a mão e sim me puxa para um abraço.

— Solta ela, Rainer! — Lena berra e ele me larga.

— É… é um prazer Rainer.

— Oi! Sou Raiff, o gêmeo desse idiota. Não liga para ele não, ele é inofensivo.

— Fale isso de você, florzinha.

— Olá Raiff. É um prazer conhecê-lo. Sou Vicktória, mas pode chamar-me de Vick.

— Você é ainda mais linda do que a Lena falava. Seja bem-vinda a nossa casa Vick e mais uma vez não ligue para o Rainer.

— Obrigada. — Sorrio para ambos. Eles são engraçados.

Ele volta para o jogo empurrando o irmão e trocam olhares um com o outro antes de se sentarem.

— Vem assistir ao jogo conosco Vick.

— Fala sério, meninos! — Lena fala ao meu lado. — Onde está o Peter?

 — Aqui.

 Ouço a voz rouca e firme bem atrás de mim e já sinto todo o impacto em meu corpo, é como se sua voz tivesse algum poder elétrico, ou sei lá, só sei que cada pelinho do meu corpo está arrepiado e minhas mãos estão suando. Ainda bem que Lena não mais as está segurando.

 — Filha!

 — Oi! Pai. Onde vocês estavam?

 — No escritório, querida. — Ainda estou de costas, mas preciso arranjar forças para me virar.

Me ajuda perninhas, não me deixa passar vergonha.

 — Pai, essa é minha amiga Vicktória. Vick, esse é o meu pai Christopher.

            — Senhor Snow! — Me viro para cumprimenta-lo tentando não demonstrar meu nervosismo, pois pelo canto do olho posso ver a figura imponente bem ao lado.

Santa Cacilda!

 — Seja bem-vinda Vicktória e por favor, me chame de Christopher. — Ele fala comigo e vira-se para os filhos que estão no sofá 

— Meninos comportem-se!

Meninos! São todos homens feitos e não meninos. Ele vai até eles e Lena vai até o irmão beijando o seu rosto e fico encantada quando ele sorri de leve para ela. É um sorriso mínimo, mas dá para notar o carinho em seus olhos.

— Peter, essa é a minha amiga Vicktória.

— Senhorita Quinn! — Ele estende a mão para mim, assim que a pego é como se uma corrente de eletricidade corresse pelo meu corpo. Nossos olhos se conectam e não consigo nem mesmo respirar, é como se alguém tivesse me acertado um soco no estômago, pois até minha voz se foi e não sei para onde. Meu Deus! Estou segurando a mão dele. A mão dele… 

Calma Vicktória, respira e não pira.

— Ela é ou não é linda!? — Saio do meu estupor com a voz de Lena e seu risinho sapeca. Então lembro-me que não falei nada, ele deve estar me achando uma retardada. 

Parabéns, Vicktória! Bela impressão.

— Senhor Snow! — Minha voz mal saiu e acho que estou até corando.

Seus olhos brilham com algum conhecimento e ele sorri. Um lindo sorriso que faz minhas pernas se apertarem e roço minhas coxas uma na outra. Oh! Céus.

— Me chame de Peter. Vicktória.

— Peter!

— Seja bem-vinda. Espero que aproveite a estadia.

— Ei mano, pare de alugar a Vickinha.

Peter lança um olhar duro para Rainer que continua sorrindo enquanto Raiff apenas balança a cabeça.

— Começou! — Fala Lena, mas não sei ao que ela se refere. 

— Vem Vick, vou mostrar seu quarto e nos prepararmos para mais tarde. Meninos, às 22hrs. Não esqueçam.

— Lena!

— Não Peter! Não venha com desculpa, você vai e ponto final. Sei que você odeia não está no comando irmão, mas hoje quem dá as ordens sou eu. Você não vai fazer essa desfeita para a Vick não é mesmo!

Por que ela está me colocando no meio? E dizendo isso ela me puxa para fora da sala.

            — Vou primeiro mostrar o seu quarto e depois fazemos um tour para você conhecer a casa.

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