Acordei atordoada ouvindo meu nome sendo chamado, ergui a cabeça ainda confusa e me deparei com a minha mãe sentada sobre a minha casa, seus dedos longos acariciando os meus cabelos. Por algum motivo, lembrei-me que a última vez em que havia feito aquilo havia sido anos antes enquanto conversávamos sobre garotos e cuidados, coisas de namoro.
– Está acordada? – questionou rindo baixo, parecia estar divertindo-se com minha cara sonolenta, mas seu próximo anúncio me alertou abruptamente. – Preciso sair a trabalho por algumas horas…
Sentei-me lentamente, sentindo os músculos ainda um pouco cansados e a fitei com mais atenção, seus cabelos castanhos estavam presos em um coque bonito, usava pouca maquiagem e vestia seu costumeiro terninho cor grafite, combinando com a maleta de couro preto. Seu rosto tão semelhante ao meu, expressava preocupação e notei que desde a conversa que tivemos, ela estava evitando me deixar sozinha, demonstrava sentir-se culpada sempre que precisava me deixar sozinh