Parti Sem Nada. Cheguei Inteira.
Na noite do nosso nono aniversário de casamento, meu marido — Thiago Vidal — o homem que durante o dia comandava uma família mafiosa e à noite dominava o meu coração, não me trouxe rosas.
Ele deu as rosas para Mafalda Lemos, sua assistente pessoal.
Sob o mesmo lustre sob o qual dançamos no nosso casamento, ele se virou para mim com aquele charme frio que um dia sussurrava promessas de amor ao meu ouvido.
— Ela está grávida. — Disse ele, como se isso justificasse tudo. — E é exigente com comida. A partir de hoje, você vai preparar todas as refeições dela. Nada de repetir prato.
— Ela é sensível. Não gosta de dormir sozinha. Então, leve suas coisas para o quarto de hóspedes.
Silêncio total.
Eu não gritei. Não chorei. Apenas peguei minha mala, que já estava pronta, e fui até a porta.
O mordomo tentou me impedir. Thiago nem piscou.
— Ela vai voltar. — Disse ele, girando a taça de vinho com desdém. — Em três dias, vai implorar de joelhos.
Risadas explodiram ao meu redor.
Na frente de todos, eles apostaram um milhão de dólares.
Apostaram que antes mesmo do amanhecer, eu estaria de volta, como uma cadela esfarrapada, implorando por misericórdia.
Mas eles não sabiam.
Eu já tinha comigo o emblema da família enviado pelo meu verdadeiro pai. E minha passagem, para bem longe, já estava comprada.
Desta vez, eu ia mesmo partir.