Observo com um sorriso o rosto doce da minha filha Marli, melado de sorvete. Ao seu lado está Diana, a sua nova babá. Ela era esperta e eficiente; esperava que Marli gostasse dela.
A última babá tive que colocar na rua exatamente porque minha filha não suportava ela. Meu telefone tocou. Era a minha assistente pessoal. Logo pedi licença às duas e fui atender do lado de fora da sorveteria. _“Jeremy Moreau falando…”disse ao atender o telefone. _“Posso saber por que não tem atendido meus telefonemas?” Soltei um grunhido. Odiava a desnecessária atenção que Karla dava à minha vida. Está certo que é esse o trabalho dela, mas mesmo assim me irritava. __“Estava ocupado, Karla.” _“Temos um concerto marcado para o final do mês e…” Deixei de ouvir qualquer coisa ao ver minha filha no meio do trânsito em movimento. O celular caiu no chão ao mesmo tempo que meu coração parou no peito. Sabia que, pela distância em que eu estava, não daria tempo de chegar até Marli antes que o carro a atingisse. Foi aí que vi uma jovem do outro lado da rua, atravessando correndo o trânsito em movimento e pegando minha filha nos braços, abraçando-a contra o peito e sinalizando para os motoristas pararem, o que, graças a Deus, aconteceu. Corri até as duas, que estavam em segurança na calçada. __ “Papai, papai…” Peguei minha filha nos braços, envolvendo-a num abraço apertado. Não podia medir o tamanho da minha gratidão ao vê-la ali salva. Virei-me para a jovem de longos e lustrosos cabelos negros e lindos olhos cor de avelã. __“Você me parece familiar, te conheço de algum lugar?” Ela me olhava com um ar antipático parecendo não estar nem um pouco feliz em me ver. __“Eu era uma das candidatas para o cargo de babá de sua filha.” Fixei o olhar nela, reconhecendo a mesma jovem da entrevista. Apesar de ter gostado bastante da personalidade meiga e solícita dela, não a contratei por causa da pouca experiência que ela tinha. __“Yvy Davies, não é mesmo?” _“A própria, senhor Moreau.” _“Te devo a vida de minha filha. Como posso te agradecer pelo que fez? Peça qualquer coisa que te darei…” _“Não precisa de nada, não. O que fiz não tem preço. Faria o mesmo por qualquer outra pessoa.” _“Por favor, deixe-me recompensá-la. Diga-me o que precisa?” _“A única coisa que precisava era de emprego, porém o senhor deu a outra pessoa, que o senhor considerava mais apta ao cargo.” Nisso, Diana se aproximou, esbaforida. __ “Senhor Moreau, eu…” __“M*****a incompetente! Por pouco minha filha estaria morta por sua causa. Onde estava?” _“Fui ao banheiro, senhor. Desculpe…” _“Foi ao banheiro, deixando minha filha sozinha? Que espécie de babá é você? Está despedida.” __“Por favor senhor, me dê uma segunda chance.! __“Fora, fora! Quero você e suas coisas fora de minha casa em vinte e quatro horas.” __“Isso não ficará assim. Vou processá-lo.” ___“Faça o que quiser, querida. Dinheiro nunca foi problema para mim.” Logo, Diana saiu, pisando duro, e eu não pude evitar uma risada maldosa. __“Senhorita Davies, a partir de hoje será a nova babá de minha filha.” Yvy abriu e fechou a boca que mais parecia um botão de flor repetidas vezes. ___Está falando sério?” _“Estou sim senhorita. Arrume suas coisas, que quero você lá em casa amanhã cedo. Combinado?” _"Mas não vai me entrevistar ou qualquer outra coisa? ___ salvou minha filha e isso é o bastante, será a nova babá de agora em diante. Dito isso agradeci mais uma vez a jovem e pegando minha filha nos braços fomos parra casa . chegando em casa levei minha filha para seu quarto rosa e ajudei ela a fazer as lições da escola. _ você gostou filha daquela moça que encontramos na sorveteria? pergunto Marli me olha com a sombrancelha arqueada , ela me analisava de cima abaixo . ___isso importa papai? ___ sim filha , porque ela será sua babá .. __ Ela cheira sorvete papai, sorri da inocência da minha pequena filha , mas no fundo concordava com o que ela falou,a enigmática senhorita Davies cheirava a baunilha e lembrava a doçura de um bom sorvete.