---
Camila
Dia seguinte.
Estou no escritório do meu sogro, sentada de frente para Úrsula, a mãe que me abandonou no hospital e nunca mandou uma carta para saber como eu estava.
— Então, depois de anos, lembrou que tem filha, Úrsula?
— Filha, eu era muito jovem e imatura, só queria saber de diversão, iria ser uma péssima mãe para você.
Fala com lágrimas nos olhos.
— Fez aulas de teatro?
Digo com deboche.
— Camila, eu realmente estou arrependida. Já me casei várias vezes, mas não consegui ter mais filhos. Me sinto tão sozinha, quero fazer parte da sua vida. Por favor, me dê essa chance.
— Eu vou pensar...
Ela sorri.
— Pode me visitar às vezes...
— Obrigada, minha filha. Posso te abraçar?
— Pode.
Úrsula me abraça.
Uma lágrima escorre pela minha face, sempre sonhei com esse abraço.
Meus colegas zombavam de mim porque minha mãe não me quis.
Eu inventava que ela era uma heroína que estava ocupada salvando vidas.
Obviamente, ninguém acreditava.
Me afasto.
— Vou te provar que posso ser uma bo