Danilo Ventura
Acordo antes do despertador tocar, levanto e desligo o aparelho. Sigo para o banheiro, faço minhas obrigações matinais e, após sair do chuveiro, me seco, visto uma roupa adequada para praticar exercícios e calço um par de tênis esportivos que comprei em Nova York.
Retiro-me do meu quarto, indo em direção à academia particular da minha mansão.
Em seguida, subo na bicicleta ergométrica, um modelo exclusivo que ainda nem foi lançado no mercado. O sobrenome Ventura me dá muitos privilégios.
Posiciono meus pés nos pedais e começo a pedalar com agitação.
Sem a minha autorização, minha mente imagina o rosto do herdeiro que nunca tive, mas que, estranhamente, estou desejando ter.
Volto minha atenção para o painel da máquina, que mostra meu batimento cardíaco subindo. Desço, pego a toalha de rosto e limpo o suor que molhou meu rosto.
Vou até o frigobar, pego minha garrafa de água e bebo, dando fim à minha sede.
Olho para meu saco de pancadas com a intenção de usá-lo.
No entanto,