A Vespera, a nave de Kael, cortava o vazio cósmico com uma elegância silenciosa, um ponto minúsculo de esperança em meio à vastidão infinita. Para Elara, cada janela era uma tela viva, exibindo constelações que ela só havia estudado em livros, nebulosas que pareciam pinceladas de tinta cósmica. A sensação de estar ali, flutuando entre as estrelas, era a realização de um sonho de infância, mas também a materialização de uma responsabilidade imensa. Ao seu lado, João, com sua curiosidade insaciável, fazia perguntas a Kael sobre a propulsão da nave, os sistemas de navegação, a composição dos campos de asteroides que passavam como borrões luminosos.
Kael, com uma paciência que Elara nunca imaginou que um Xylos pudesse ter, respondia a todas as indagações de João. Ele explicava a tecnologia de dobra espacial, a forma como a Vespera manipulava o tecido do espaço-tempo para viajar a velocidades inimagináveis. João, embora não compreendesse a física quântica por trás de tudo, absorvia cada pa