O tio José descobriu o segredo de Daniel da maneira mais banal possível: ouvindo escondido no corredor.
Naquela tarde, enquanto Daniel falava ao telefone com Clara, rindo baixo sobre "a cara da sua mãe quando eu mencionei a tal editora internacional", o tio José ficou parado atrás da porta, os olhos brilhando de oportunidade.
— "Então o garoto propaganda tá mentindo pra rica agora", ele murmurou, sacando o celular.
Ele tinha um número guardado há semanas: Eduardo.
A Chegada de Eduardo
Eduardo apareceu na publicadora de Daniel sem avisar. Alto, trajando um terno que custava mais que o salário mensal de Daniel, ele exalava um poder quieto e perigoso.
— "Daniel, né?" Ele sorriu, mostrando dentes perfeitos. "Clara me contou tanto sobre você."
Daniel travou. Era um ataque direto.
— "Eduardo." Ele não ofereceu a mão. "O que te traz aqui?"
Eduardo colocou uma pasta de couro na mesa.
— "Só vim mostrar uma coisa. Pra você entender a... natureza da sua situação."
Dentro da pasta, um contrato de