Avah Telles Schmidt
Acordei com sede e desci para pegar um pouco de água; quando voltei, Noah tentava respirar, e eu sabia que era um pesadelo. Logo me lembrei que hoje era o aniversário do sequestro dele. Na manhã seguinte, preparei seu café favorito, liguei para a redação e avisei que não estava bem. Noah desceu com uma cara péssima e sentou ao meu lado.
— Bom dia. – Ele disse apenas.
— Bom dia. Sem piadinhas ou apelidos, não reconheço meu melhor amigo.
— Só estou um pouco cansado, mas creio que depois do café ficarei melhor.
Ele tentou sorrir, mas seu sorriso estava estranho.
Troquei seu ombro, dando apoio, e comemos em silêncio. Chamei Noah para sairmos, e ele demorou um pouquinho para topar.
Saímos para um parque próximo, buscando um refúgio temporário da tensão que pairava sobre Noah. Caminhamos em silêncio, absorvendo a serenidade do ambiente, até encontrarmos um banco afastado. Noah olhou para o horizonte por um momento antes de quebrar o silêncio.
— Você está melhor?