Frustração. A palavra ecoava na minha cabeça, um mantra amargo. Aquela ligação… o rechaço. Nunca, em toda a minha vida, uma mulher havia me rejeitado. Nunca. Então, por que aquela garota, aquela fedelha que eu havia arrematado em um leilão, havia me dado um fora tão categórico?Demarco e Derrick invadiram minha sala, parando bruscamente ao ver minha expressão. Demarco, sempre direto, disparou: __“O que aconteceu, homem? Algo deu errado?”.Respondi com outra pergunta, a voz carregada de incredulidade: __“Quem sou eu?”.__“Ângelo Moretti”, respondeu Demarco, um sorriso irônico nos lábios.__“Não apenas isso. Sou bilionário, gostoso, o tipo de homem que a mulherada suspira quando passa . Então, por que ela me rejeitou?”, desabei, a frustração transbordando.Derrick, que até então observava em silêncio, perguntou:__ “Quem te rejeitou?”.__“A fedelha do leilão”, respondi, a raiva me consumindo.__“Então vocês não… consumaram a compra naquela noite?”, Derrick perguntou, um brilho de
Sentada na sala de espera do hospital, a angústia me corroía. A cirurgia de transplante de coração da minha irmã estava em andamento, e a cada minuto que passava, a preocupação aumentava. Kim, minha amiga, me fazia companhia, repetindo insistentemente: "Vai ficar tudo bem!", mas as suas palavras soavam ocas diante da imensidão do meu medo. Havia avisado meu pai, mas ele, como sempre, estava "ocupado". Horas depois, o vi num bar com os amigos, e a decepção me atingiu com força. Como ele havia se tornado tão insensível?O tempo se arrastava, cada segundo uma eternidade. Finalmente, o médico cirurgião apareceu. Levantei-me, apreensiva, o coração a ponto de explodir. __ "E aí, doutor?", perguntei, a voz tremendo. __"A cirurgia foi um sucesso", ele respondeu.Um alívio imenso me invadiu, um peso imenso se esvaiu do meu peito. Abracei o médico sem pensar, um gesto impulsivo de gratidão e alívio. __"É verdade isso, doutor?", perguntei, ainda incrédula. "__Sim", ele confirmou. "
No momento que Demarco me passou a localização exata de onde encontrar Sofia eu não pensei duas vezes, marchei para aquele bar cafona juntamente com ele e meu irmão e meus dois seguranças particulares que ficaram lá fora aguardando e de olho em qualquer movimentação. Nos sentamos atrás das duas mulheres, que bebiam e conversavam tranquilamente, acompanhava cada pequeno gesto da ruiva , o modo que sorria e o ato constante de colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela vestia um vestido simples que não fazia jus a sua beleza, quando fosse minha queria ver-la vestida os melhores tecidos, seda , cetim... ___ Sério que vamos ficar daqui vigiando igual adolescente? Derrick pergunta ___Por enquanto. Quando elas pediram a conta, paguei discretamente. Sofia me viu e reagiu como se tivesse visto o próprio Lúcifer. Saiu correndo. Um segurança a alcançou. Abordei-a, dizendo que só queria conversar. Ela se debatia, gritava por ajuda. A acalmei, e a convenci a entrar no bar comigo. S
Minha irmã, Mavie, finalmente teve alta. Limpei a casa inteira antes de buscá-la – do chão ao teto. Não queria que ela tivesse uma crise alérgica, recém-operada. Ver sua saúde melhorando encheu meu coração de alegria, mas sabia que os cuidados redobrados seriam essenciais."__E o papai?", perguntou Mavie, sua voz carregada de uma tristeza que me apertou o peito. __"Não sei, provavelmente em algum bar", respondi, a verdade escapando antes que eu pudesse pará-la. Arrependi-me imediatamente, mas estava exausta de fingir.Ela se deitou no sofá velho e duro, enquanto eu ligava a televisão e preparava o almoço. A realidade me atingiu com força: precisaria conciliar o trabalho com os cuidados intensivos de Mavie. Alguém precisaria lembrá-la de tomar os remédios, preparar refeições saudáveis... Suspirei, derrotada. O dinheiro havia acabado. Tudo o que restava eram 200 dólares, minha reserva para emergências, gastos com o tratamento dela no hospital.Quando voltei com a comida, Mavie
A frieza da madrugada grudava na minha pele como se fosse uma segunda pele, mas o frio que me congelava vinha de dentro. Olhei para o meu pai, caído no sofá, um monte de garrafas vazias espalhadas ao redor dele como se fossem pedras preciosas em um altar de perdição. Desde que a mamãe morreu, ele se afogou no álcool e nas drogas, levando a nossa família junto para o fundo do poço. E agora, a dívida com a máfia era uma espada pendurada sobre nossas cabeças. Mavie , minha irmã, dormia no quarto ao lado. Sua respiração era tão leve que mal conseguia ouvi-la. Ela precisa de um transplante de coração, e o tempo está acabando. Já faz anos que ela está na fila de espera, e a cada dia que passa, o medo de perdê-la me consome. Só queria ter dinheiro, dinheiro suficiente para antecipar o processo, para garantir que ela não morra esperando. As ameaças da máfia têm sido constantes. O nome Demarco ecoa na minha cabeça como um trovão. Sei que eles não brincam, que são capazes de qualquer coisa.
A manhã seguinte foi um borrão de branco e cinza, a cor do hospital público onde minha irmã, Mávie, lutava por cada respiração. O médico, um homem loiro que me lembro agora se chamar David, foi direto e cruel. __“Estável, por enquanto”, disse ele, a voz seca como areia no deserto. “Mas o coração dela… já não consegue bombear o sangue como deveria. Aqui, no hospital público, não podemos fazer nada. A fila de transplantes é enorme, e infelizmente não podemos dar prioridade…” A frase ficou suspensa no ar, um abismo negro se abrindo entre nós. __“O que o senhor quer dizer?”, perguntei, a voz um fio de seda prestes a se romper. “Que minha irmã vai morrer?” O médico hesitou, o peso da verdade em seus olhos azuis. __ “Infelizmente, Sofia, se você não a transferir para um hospital particular e conseguir um coração novo… sim.” As lágrimas vieram em um dilúvio, um choro convulso que me dobrou ao meio. David, esse anjo em forma de médico loiro, me envolveu em um abraço que eu preci
O terno e a gravata disfarçavam a verdade. Sentado entre os acionistas da Moretti, eu, Angelo Moretti, parecia um empresário qualquer, mas a realidade era bem diferente. A empresa era a fachada perfeita para lavar o dinheiro sujo da máfia italiana, meu verdadeiro império. Após fechar alguns negócios, deixei a empresa e segui para casa, para o almoço familiar. Às 12h em ponto, a família Moretti se reunia. Eu, o primogênito, ocupava a cadeira principal, controlando tudo. Ao meu lado,Michael que era o irmão do meio casado com Brianna; e por fim Derrick e Tifanny que eram os caçulas e por conseguinte mais protegidos da família. O almoço foi tenso, silencioso. Depois, chamei meus irmãos para o escritório. Um grupo rival estava ameaçando um de nossos pontos de tráfico de drogas, e a situação exigia ação imediata. __"Esta noite, quero isso resolvido. Entendido?", ordenei, meu tom de voz deixando claro que não toleraria falhas. Reuni alguns homens da máfia e, sob a capa da noite, partim
O medo era um nó na garganta, me paralisando. A voz de Madame Bouvary, ecoando pelo salão, anunciou minha entrada. A cabeça baixa, os passos pesados como se cada pé pesasse uma tonelada de chumbo. O coração batia forte, ameaçando explodir o meu peito. Cheguei ao palco improvisado, onde Bouvary me esperava com um sorriso falso, cruel. Sua mão na minha, um giro brusco, e me senti exposta, um frango destinado ao abate. Os homens, jovens e velhos, me olhavam com uma voracidade animalesca, salivando como se eu fosse um pedaço de carne. Nunca me senti tão vulnerável, tão amedrontada. __“Essa jovem ruiva só tem 19 anos, cavalheiros, ainda uma flor em botão, e somente um de vocês terá o privilégio de vê-la desabrochar. Primeiro lance...” Cem mil. Duzentos mil. Os números subiam, cada lance me dilacerando por dentro. Eu era um objeto, sendo avaliado, comprado, meu valor medido em dinheiro. As lágrimas escorriam sem parar, incontroláveis. A disputa acirrada entre os homens, até que uma voz