Mavie recebeu alta e eu, com Sofia, fui buscá-la no hospital. A menina estava radiante. Paramos na farmácia para pegar os novos imunossuppressores receitados pelo médico; a mudança de medicação era necessária para evitar uma nova infecção. Chegamos em casa, almoçamos juntos – eu, Sofia e Mavie – sentados à mesa, parecíamos uma família feliz. Sofia estava eufórica com a volta da irmã, enquanto eu me sentia um tanto absorto com a situação.
Os dias se passaram, e tudo parecia perfeito. Passava boa parte do tempo no apartamento com Sofia e Mavie, que, certa vez, me perguntou por que eu não morava com elas. Respondi: “Tenho negócios por todo canto, não consigo me fixar em um só lugar.” Não era totalmente mentira, já que viajava bastante, mas omitia o fato de estar noivo e que elas não podiam existir na minha vida.
Roxana me ligou, tinha algo sério para me dizer. Nos encontramos em seu apartamento.
__“O que foi agora?”, perguntei.
__“Ora, Ângelo, faz um mês que não nos vemos”, respondeu ela