Ricardo Santana
Meus dedos deslizaram suavemente pelos fios macios do cabelo de Kate, como se minha pele tentasse memorizar cada textura, cada detalhe que a tornava única. Ela dormia tranquila ao meu lado, sua respiração suave e ritmada, os lábios entreabertos, o rosto relaxado em uma expressão de pura paz. A luz fraca da manhã filtrava-se pela cortina, pintando sombras delicadas sobre sua pele dourada.
Eu poderia ficar aqui por horas, apenas observando-a.
Às vezes, essa situação ainda me parecia surreal. Kate sempre foi uma mulher que, aos meus olhos, parecia intocável, inatingível. Admirei-a de longe por tanto tempo, sentindo o peso de um desejo que parecia impossível. Ela sempre teve esse brilho próprio, essa confiança inabalável que me fazia acreditar que eu jamais teria uma chance.
E não era porque ela se achava superior a mim — muito pelo contrário. Era porque, para mim, ela era grande demais. Forte demais. Brilhante demais.
E eu? Eu era só um cara que, por anos, acreditou que