(Ponto de Vista de Olivia)
Eu não fazia ideia de como responder. “O que eu poderia dizer? Que não escolhi meu pai? Que estava tão presa a esse destino quanto ele?” Não existia palavra capaz de mudar qualquer coisa, tampouco havia argumento que pudesse fazê-lo parar.
Os olhos dele encontraram os meus novamente e, naquele instante, percebi algo ainda mais sombrio, algo mais perturbador do que tudo o que ele já havia dito, pois havia um amargor distorcido ali, um ressentimento profundo que parecia ter se enraizado ao longo de tanto tempo. Eu queria gritar, queria lutar, queria encontrar qualquer meio de acabar com aquilo, mas tudo que conseguia era ficar ali, imóvel, completamente impotente, enquanto ele continuava seu trabalho, despejando sobre mim aquela explicação doentia de suas motivações, como se esperasse que eu me importasse.
Nada mais podia ser feito além de sobreviver, manter a cabeça baixa e tentar me agarrar ao pouco que ainda existia dentro de mim, pois talvez, com força sufi