NICK
Saí daquele quarto sentindo-me mais leve, como se um fardo tivesse sido retirado de meus ombros, e, na verdade, fora exatamente isso. Não existia mais Sandra para me preocupar. Eu já não precisava olhar por cima do ombro, nem adivinhar o que ela preparava ou faria em seguida. Todas aquelas angústias tinham se dissolvido. Sentia-me como um homem renascido, agraciado com uma nova oportunidade de viver.
Era uma chance de me redimir e colocar tudo nos eixos, e livrar-me de Sandra representou o primeiro passo nessa direção. Pode até me chamar de cruel, porém a Bíblia ensina: “Deus ajuda quem cedo madruga”. Olivia, eu e, que Deus nos proteja, até Marcus… todos aguardávamos um milagre que descesse dos céus. Orávamos para que Sandra mudasse. Todavia, nenhum prodígio chegou e pareceu que o próprio demônio nos feriu ainda mais.
No fim das contas, reconheci que não me distinguia tanto dela. Talvez fosse até pior. Pelo que sei, ela nunca tirou a vida de ninguém, enquanto eu o fiz. Eu a matei.