MARCUS
Eu não queria voltar ao hospital antes de encontrar minha esposa e conversar com ela. Não podia perdê-la também de maneira tão descuidada. Eu precisava dela mais do que nunca, pois ela era o motivo pelo qual eu me levantava todas as manhãs, a razão que me fazia parecer forte diante do mundo. Ela me fazia sentir assim apenas por estar presente para me amparar quando eu caía.
Quando o cansaço chegava, quando toda a esperança se esvaía, quando nada parecia fazer sentido, ela permanecia comigo, por mim. Ela me levantava, me dava forças e continuava a me incentivar. Eu era quem eu era porque a tinha. Ela dava sentido ao meu mundo, porque ela era o meu mundo.
As pessoas diziam isso o tempo todo: “Eu não sou nada sem você”, e depois viravam as costas e seguiam em frente. Alguns poderiam afirmar que eu era exatamente assim, por causa do que fiz à minha esposa. Contudo, ninguém compreendia que eu só realizara tudo aquilo porque tinha uma rocha ao meu lado.
Na verdade, eu era e não era na