OLIVIA
Eu não sabia como me sentir ao ver Sandra naquele estado. De repente, um calor sufocante invadiu-me e comecei a ficar sem ar dentro daquela sala abafada. Por mais que desejasse que ela permanecesse distante de mim e da minha família, contemplá-la assim me afetou de um modo que eu jamais pudesse imaginar. Sandra fora minha amiga, crescemos juntas, compartilhamos incontáveis momentos e, até há pouco, eu lhe confiara segredos que ninguém mais conhecia.
Ela parecera a irmã que eu nunca tivera, ao menos até recentemente. O que me fizera doía-me ainda e continuava a assombrar minhas madrugadas. Mesmo assim, eu não conseguira sentir alegria ao encontrá-la naquela condição. Saber que estava trancada e incapaz de ferir-me novamente trouxera certo alívio, porém teria preferido escutar Marcus e nem me aproximar dela.
Senti a mão dele sobre a minha, arrancando-me dos devaneios.
— Precisa de mais alguma coisa? — Desejei que existisse um meio de apagar o que eu acabara de presenciar. A mulher