OLIVIA
Dormira profundamente naquela noite, tão profundamente que acabei despertando tarde demais. Não me preocupava a hipótese de que aquela pudesse ter sido minha última noite de liberdade numa cama confortável. Afinal, desde o desaparecimento de Nick, minhas noites haviam sido consumidas por insônia, atormentadas pela presença constante do detetive que me perseguia e ameaçava com a cadeia. Permanecia desperta por horas a fio, projetando mentalmente diferentes cenários de minha vida atrás das grades.
Embora desconhecesse o que o futuro me reservava desta vez, já estava suficientemente familiarizada com a realidade das prisões para ter certeza absoluta de que não seria fácil. Sabia bem que levaria anos até rever a luz do sol; só de imaginar Samuel me visitando na cadeia, meu coração se despedaçava por inteiro, e o sono me escapava sem piedade.
Mesmo que Marcus estivesse distante e silencioso comigo, ele tinha o costume de me abraçar ao acordar, sem pronunciar uma única palavra. Interp