- O câncer não voltou, certo?
Isabela riu friamente:
- Dizem que há sinais, mas a recaída é apenas uma questão de tempo.
- Seria possível fazer outra cirurgia?
- Gabriel, você se sente culpado e espera que eu te dê boas notícias para enganar sua própria consciência?
Ela virou a cabeça para olhá-lo.
Um nó apertou o peito de Gabriel.
Ele realmente se sentia culpado.
Se antes sua culpa o fazia querer dar a vida por ela, ao ver os resultados dos exames, percebeu que nem mesmo isso seria suficiente para reparar os erros cometidos.
- Não, eu só quero que você viva bem.
Isabela franziu a testa, olhando-o com dúvida:
- Gabriel, tenho a impressão de que você mudou bastante recentemente. Aconteceu algo?
- Não, é apenas uma questão de perspectiva.
- Tem certeza de que está tudo bem? E a questão da dor de cabeça e desmaio da última vez, você investigou?
Os olhos de Gabriel brilharam, claramente surpreso com o cuidado de Isabela, e ele riu suavemente:
- É bom saber que se preocupa comigo.
Isabel