Ponto de vista de Apolo
O vento soprava cortante naquela madrugada. O luar refletia nos campos encharcados ao redor da alcateia, e cada sombra parecia esconder um inimigo. Fazia dois dias que Mara havia sido levada. Dois dias de rastros frios, de patrulhas exaustas, de noites sem sono. Eu e Arthur não parávamos. Ninguém parava.
A cada hora que passava, a dor do vínculo latejava mais forte — uma mistura de saudade, medo e fúria. Era como se parte da minha alma estivesse sendo sugada para longe. Eu sentia a presença dela viva, mas fraca… e, às vezes, havia flashes, visões fugazes que não sabíamos se vinham do nosso laço ou de algum feitiço de Sebastian.
Estávamos no salão de pedra, diante do mapa aberto sobre a mesa. Raf, o Beta, andava de um lado para o outro com o semblante sombrio.
— Nenhum dos Deltas encontrou vestígio, Apolo. — ele disse, a voz rouca. — As trilhas param antes da fronteira norte. Depois, tudo está encoberto por magia.
Arthur deu um soco na mesa, fazendo os papéis v