Ponto de Vista de Apolo
Olhei para Mara, sentada à minha frente. Ela parecia uma criança curiosa e assustada ao mesmo tempo. Seus olhos arregalados me observavam, as mãos apertando o lençol, como se aquilo fosse a única âncora segura. Arthur estava encostado na parede, os braços cruzados, olhando para nós com aquele semblante calmo de sempre. Eu sabia que ela estava confusa, que precisava de respostas.
Respirei fundo e comecei:
— Tem mais, Mara. Tem muito mais coisa que você precisa entender sobre nós.
Ela inclinou a cabeça, as sobrancelhas franzidas.
— Mais? — perguntou, nervosa.
Assenti.
— As leis da alcateia. As punições. A hierarquia é apenas uma parte. O que sustenta tudo são as regras.
Ela mordiscou o lábio inferior, atenta. Eu podia sentir seu cheiro, uma mistura de medo e curiosidade. Era doce, quase inocente.
— As leis são antigas, Mara — continuei. — Foram criadas muito antes de eu e Arthur nascermos. Elas mantêm o equilíbrio. Sem elas, tudo vira caos.
Ela me olhou dir