Capítulo 25
Lucia Bianchi
Senti a parede gelar nas minhas costas como se fosse um aviso. O concreto apertava as minhas escápulas enquanto ele se aproximava, cada passo calculado e pesado como a batida de um martelo. O ar da sala parecia ter encolhido — tudo distante, como se eu estivesse dentro de um aquário e o resto do mundo tivesse sido desligado.
Vinícius ficou a um palmo do meu rosto. O cheiro dele — um misto de colônia amadeirada e suor que parecia ter açúcar — me invadiu. Minhas pernas vacilaram, e eu tive que encaixar o pé direito atrás do esquerdo para não ceder. Ele me olhava como se tentasse decifrar um mapa antigo, como se minhas veias fossem linhas que levavam a um segredo proibido. A mão que segurava meu braço era firme, quase dolorosa, mas não suficiente para deixar marcas; era uma posse silenciosa, uma declaração de propriedade não verbalizada.
— Me diga, Lucia... O que está escondendo de mim? — a voz dele veio baixa, afiada. Os dentes sobem e descem no ritmo d