Capítulo 42
Vinícius Strondda
Acordei bem melhor pela manhã. O corpo de Lucia ainda estava morno encostado no meu, as pernas enroscadas num jeito que dizia “fica”, mas o mundo lá fora dizia “levanta”. Inclinei o rosto até o cabelo vermelho dela roçar minha boca.
— Estou indo conversar com papà e torno presto, ragazza — sussurrei no ouvido. — Os empregados já estão em casa. Dorme.
Ela assentiu num movimento pequeno, sonolento, e um “hm” satisfeito saiu de sua garganta. Afastei o cobertor com cuidado, beijei o topo da cabeça e levantei.
No corredor, dois soldados meus já estavam de pé. Um deles abriu a porta antes que eu tocasse na maçaneta.
— Carro pronto, Don.
— Andiamo.
Dirigimos em silêncio até a casa do meu pai. Eu queria falar com o Antony antes de qualquer conselho, antes de qualquer ruído. Queria… não, eu ia contar a ele o que precisava — a verdade sobre Lucia, o que eu fiz, o que eu decidi não fazer. E ia ouvir. Não a aprovação. O respeito. O conselh