Narrado por Khaled
Ela não entende. Ainda não.
Mas vai entender.
Amor, para homens como eu, não se prova com flores.
Não com promessas vazias.
Amor se prova com o que se sangra.
E o que se marca para nunca mais ser apagado.
Foi por isso que hoje, enquanto ela dormia, eu dei início à cerimônia.
Não uma comemoração qualquer. Não um jantar.
Mas um pacto.
Na minha cultura, os mais antigos sabiam o valor de uma união selada com sangue. Não era apenas casamento. Era domínio espiritual. Era nome, honra, território. Era deixar claro para os vivos e para os mortos que aquela mulher agora pertencia à minha linhagem — e que nada mais poderia quebrar isso.
Chamei apenas os que me são leais desde o nascimento.
Meus três homens de confiança.
Um ancião da minha família, cego, mas sábio.
E uma curandeira das montanhas do norte — velha, silenciosa, com olhos que enxergam além da carne.
Montei tudo no jardi