Narrado por Ranya
Fui jogada dentro da sala com brutalidade. A porta foi trancada atrás de mim sem uma palavra. O clique metálico do cadeado ecoou na minha espinha como um aviso do destino: você cruzou a linha, e agora vai pagar.
A sala era fria. Sem janelas. Sem móveis além de uma cadeira e uma pequena mesa de vidro no centro. As paredes, de concreto cru, tinham uma acústica silenciosa que dava a impressão de que tudo que eu pensasse podia ser escutado.
Eu me encolhi no canto. Meu peito subia e descia como se faltasse ar. Passei a mão pelos cabelos e tentei controlar o tremor das mãos, mas era inútil.
Khaled me viu. Ele me flagrou. Ele sabia.
E o olhar dele… não era de decepção.
Era de sentença.
Eu fiquei ali, sentada no chão, por horas. O tempo parecia ter congelado. As luzes da sala nem piscavam. Nenhuma sombra se movia além da minha. E foi aí que começou o verdadeiro castigo: o silêncio. O abandono.
Não houve gritos. Não houve ameaças.
Apenas o peso do arrependimento crescendo den