Vencendo Barreiras
Vencendo Barreiras
Por: Déda Oliver
1. Prólogo

Dois meses antes...

Dois dias depois do meu discurso na festa da empresa, deparei-me com um problemão que tinha que enfrentar. A notícia do sobre o meu discurso e a demissão em massa, teve repercussão internacional. As ações caíram e a empresa estava sendo criticada, em todos os jornais e revistas do mundo. Eu já esperava por isso, porém, a minha preocupação maior era enfrentar a Patrícia e o Romão. Eles irão me encher de perguntas, mas estava preparada para o que tinha que enfrentar.

Cheguei na empresa escoltada por dois seguranças, um deles era o Flavio, o outro era um amigo de confiança dele, da qual, fiquei com pé atrás. No entanto, o Flavio sabia que se o amigo dele aprontar, a responsabilidade era toda dele. Era bastante cedo quando cheguei na empresa, aproveitei que meu prédio tinha um heliporto e liguei para o piloto vir me buscar, porque, sabia que teria vários jornalistas na entrada da empresa. Ainda bem que ninguém sabia onde eu morava, senão seria um inferno para mim.

Saí antes do amanhecer, queria chegar antes de todos, para avaliar a situação melhor. Trabalhei em alguns documentos e fiz algumas ligações. Liguei meu aparelho de celular, ciente que teria trocentas ligações, além de mensagens. Passei o domingo inteiro trancada no meu apartamento, com o celular desligado. Pois, sabia muito bem, que meu celular ficaria congestionado. Minha sorte foi ter encomendado comida, do restaurante perto de onde moro, senão passaria fome. Passei o domingo todo me empanturrando, os dois quilos que eu tinha perdido na semana em que eu procurava um apartamento e o mobiliava, eu ganhei em um dia só.

Não vi o tempo passar, não sei quanto tempo eu estava trabalhando, só me dei conta que horas eram, quando a porta da minha sala abriu de repente, deixando Flavio em alerta e sacando a arma do seu coldre.

— Aaaahhhh!!!!

Patrícia gritou levantando as mãos e Romão ficou assustado, colocando minha irmã para trás dele.

— Calma! Não precisam ficar assustados. Flavio abaixa a arma — ordenei. Flavio abaixou a arma e colocou de volta no coldre. — Flavio, eles são os meus sócios. Patrícia você já conhece. — Eles se cumprimentam com o aperto de mão. — E esse é o Romão.

— Então, esse é o famoso Romão — Flavio falou apertando a mão do Romão.

— Famoso?

Oh, droga! Precisava tirá-lo daqui, antes que falasse besteira.

— Eh! Agora você pode ir e mantenha o combinado.

O combinado que fiz com Flavio era, que todos os que forem entrar na minha sala fossem revistados, tirando o Romão e a Patrícia.

— Você ficou maluca? — perguntou Patrícia assim que Flavio deixou a sala. — Você faz aquele discurso, demiti todos da diretoria em rede nacional, agora aparece com o Flavio como seu segurança? Você só pode estar de brincadeira.

— Pode não parecer, mas o Flavio é de confiança.

— Uma pessoa tão confiável que roubou a televisão da sua casa.

Romão arregalou os olhos surpreso com a nossa conversa, ele não falava nada, apenas ficava observando nós duas discutir.

— Eu sei o que estou fazendo, não preciso dar satisfação do que eu faço para você.

— Mas em relação à empresa, você precisa dar satisfação sim. — Foi a vez de Romão se manifestar. — O que deu na sua cabeça de fazer aquilo, sem nos consultar? — Revirei os olhos.

— Eu não falei nada, porque sabia que vocês não iram concordar.

— Exatamente, as ações caíram consideravelmente, você quase faliu a empresa.

Vendo por esse lado...

— Eu tenho tudo sobre controle. — Quero dizer, mais ou menos. — Compre todas as ações.

— O que? — falaram em uníssono.

— É exatamente o que vocês ouviram.

— Você só pode estar maluca! — repreendeu Romão.

— Ações caíram, será bem fácil para convencer os acionistas a nos vender. Quando eu recuperar a empresa, elas estarão valendo mais do que vale agora.

— Você sabe o que está em jogo aqui? — questionou Patrícia.

— Você acha que eu não sei? Eu tenho mais a perder do que vocês dois juntos.

Nesse momento, me veio à cabeça o Heitor, eu estou arriscando tudo que tinha, mas sei que vai dar certo.

— Você poderia ter nos contado do seu plano do dia da festa, para não nos pegar de surpresa.

— Eu não queria vocês no fogo cruzado, se algo desse errado, eu teria que contar com vocês.

— O que você vai fazer, para contornar essa situação? — perguntou Romão.

— Primeiro quero que façam o que eu mandei, comprem as ações, todas elas. O resto pode deixar que eu cuido.

Falei com toda a convicção e segurança que tinha, mas por dentro, eu estava rezando para que meu plano desse certo.

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