A porta da sala de Enzo continuava fechada, e minha coragem parecia se dissolver a cada segundo junto com a pasta que queimava na minha mão, como se tivesse vida própria.
Eu queria devolver, tanto quanto queria ver então quando a secretária apareceu no corredor, respirei fundo.
_Ah… quase me esquecia. - Sorri forçado, entregando o objeto. _É do doutor Enzo, ele deixou em casa.
Ela agradeceu, distraída, e eu virei as costas antes que minhas pernas denunciassem minha hesitação, caminhei pelo saguão, atravessando os corredores iluminados demais, como se todos ali soubessem que eu carregava um segredo.
Lá fora, o vento da rua me fez respirar melhor, mas em vez de alívio, senti que algo me puxava de volta.
E se aqueles documentos fossem a única defesa dele contra Renato e o pai?
E se eu tivesse acabado de entregar a arma ao inimigo?
Meus passos aceleraram e sem que eu percebesse já tinha entrado novamente, ignorando o olhar curioso da recepcionista, e subi direto ao andar da