Enzo Narrando
O grito de Christine se espalhou pelo ar como um aparelho de som no auge do volume máximo e no mesmo instante, tudo dentro de mim virou instinto.
_Amor, olha pra mim! - puxei seu rosto entre minhas mãos, mas ela já se contorcia, com o suor brotando na testa. _Droga… não, não agora!
Sem pensar duas vezes, a ergui no colo.
O corpo dela parecia leve demais, frágil demais para a força daquela dor que a fez até desvanecer
Atravessei a sala quase derrubando a porta, e desci os andares no elevador, o coração estava batendo mais rápido que os números que piscavam.
Christine gemia contra meu peito, e cada som dela era um golpe na minha alma.
_Aguenta, por favor… - sussurrei, como uma oração desesperada.
No carro, a joguei no banco de trás para poder vê-la pelo retrovisor e ao mesmo tempo acelerar.
Liguei as luzes e avancei pelas ruas como se fossem só minhas.
_ Respira, Christine! - gritava de vez em quando, esticando uma mão para segurar a dela sempre que