Suzana prepara uma salada enquanto pensa em Renato, realmente é uma vantagem muito grande ele a desejar, pensa em tudo que fizeram, como ele a ensinou ser mulher, sempre foi ele, ninguém conseguiu chegar nem perto, nem quanto ao desejo e muito menos no coração. Já ficou com homens tão ou mais lindos que Renato, mas nunca foram íntimos porque Suzana levava a sério sentimentos, e só se sentia bem em ter um relacionamento com mais intimidade se fosse pra se Doar por completo. Ambas as partes. Mas com Renato mudou as normas, Ele a tinha por completo, corpo e coração, mas ela sabia que só teria seu corpo. Ela se rendeu a ele. Reconhecia o desejo de Renato por ela, era palpável, mas o seu coração não lhe pertencia. E falando no... - Estou terminando, vem, senta. - Vem aqui você e senta. Renato senta na cadeira alta da cozinha americana e b**e na perna. - Renato, se eu for, nós não vamos comer. - Discordo. Você não vai comer, mas eu vou. Suzana quase engasga de tanto rir. - Pára Ren
Dois meses se passaram e nada de Renato lembrar, Suzana volta a sua rotina de viagens e Renato também. Por mais que não passe um dia sequer sem que eles fiquem juntos, nunca estão satisfeitos, sempre querem mais, e seus corpos sedentos sem trégua, era como se tivessem em uma maratona em que nenhum dos dois perdiam. Mas no meio de tudo, tinha Henrique, que pela primeira vez em sua vida desejou que Suzana fosse embora. Não por ele, não por Renato, mas por ela. Suzana foi a que mais sofreu nesse período, desde do acontecimento de anos atrás até os dias atuais. Sua menina lutava bravamente, mas sabia que ela já dava sinais de exaustão psicológica. O amor do seu filho por ela, lhe era negado e por outro lado, o seu amor não podia ser declarado. Nesse momento, ela estava gravando uma música, mas Henrique perdeu a conta de quantas vezes reiniciou. - Meu amor, vamos dar uma paradinha? Ela o olha sem forças e totalmente frustrada. - Vou pra casa, vamos parar por hoje. - Acho me
Suzana abaixa a cabeça sentindo toda a dor da rejeição, respira fundo e olha direto nos olhos de Renato. - Hoje o seu pedido foi concedido, eu desisto de você. Suzana fala e sai deixando Renato sozinho. Renato não se mexe por um bom tempo, o orgulho não deixa, então ele senta no sofá e respira longamente. Talvez seja melhor assim, não conseguiria dar a Suzana o que ela deseja, mas porque essa lógica não consegue alcançar o seu coração? O peso de suas palavras caem lentamente sobre ele, avisando-o, que não vai ser nada fácil deixar ela ir. Henrique entra e olha de um lado para o outro. - Ela foi embora, desistiu. - O que você fez Renato? O que falou pra ela? - A verdade, nada mais que a verdade. Não gosto de ser pressionado, vocês dois passaram dos limites. - O limite você que vai passar quando perceber o que perdeu. Chego a sentir pena meu filho. Henrique fala devagar e sai balançando a cabeça triste. vou subir dormir um pouco, vou dar um espaço pra ela pensar na sua de
Suzana nem imagina como conseguiu chegar em casa, as lágrimas desciam livremente pelo seu rosto. Como ele pôde? Como teve coragem de falar essas palavras tão cruéis pra ela? Mesmo depois do que eles têm vivido nos últimos dias? Eu me recuso a dividir mais um segundo com ele. Ainda que doa, chega! Suzana chama uma empresa de pequenas mudanças rápidas e começa a arrumar tudo que é exclusivamente do seu uso particular. Nunca mais quero vê-lo fora do ambiente profissional! Suzana chega em uma de suas casas e deixa a arrumação para o dia seguinte, se deita no sofá e se entrega à exaustão. Acorda na madrugada e olha algumas mensagens! E qual não foi mais uma facada em ver fotos de Renato beijando uma de suas mulheres e depois fotos deles indo embora juntos! Bem, parece que foi tudo muito fácil e Suzana sente seu coração quebrar em pedaços, pensa o quanto ele deveria estar se segurando pra não mandar ela embora faz tempo. Ridícula Suzana, é o que você é. Deixa uma mensagem de
- Mas pai, ela tinha que estar aqui! Esse lançamento é muito importante!- Eu sei filho, mas a Suzana falou que ela está muito bem representada por nós, e que realmente não poderia vir, tem um compromisso essa semana e é inadiável.- Como assim? Ela vai encontrar algum patrocinador sem a gente? Pai, a Suzana não vai inventar de sumir de novo, não é mesmo?- Renato, fica tranquilo, ela não vai fazer nada disso, está sentindo falta dela é?- Estou sentindo falta é do profissionalismo dela, e nada mais!- Eu também estou, mas dessa vez vamos nos contentar um com outro mesmo.Renato sai resmungando, e Henrique pensa na conversa estranha que teve com Suzana.- Meu amor, precisamos de você lá, sabe disso.- Eu sei pai, mas dessa vez não posso ir, preciso estar em um lugar para resolver algumas coisas importantes.- Mas o que é minha filha? Estou ficando preocupado. É alguma coisa com a sua empresa? Precisa de ajuda? Suzana por favor, não tente resolver sozinha, estamos aqui.- Voc
- Infelizmente sim. Suzana fala sem olhar pra Renato pra que ele não veja a dor que aparece nos seus olhos. - Meu filho, como pode perguntar isso pra Suzana? Renato continua olhando para Suzana, e fala. - Você pretendia esconder meus filhos de mim? - Não, somos adultos e não faria isso com meus filhos, eles precisam do pai também. Só veremos como isso vai funcionar, o que teremos que fazer e como vamos nos comportar. - Você volta pra nossa casa, com certeza será o primeiro passo. - Não pense que pode me dar ordem Renato. Vou ficar exatamente onde estou agora, na minha casa. - Suzana não seja cabeça dura, você não pode ficar sozinha. - Não estou sozinha. Então não me tire como irresponsável, é dos meus filhos que estamos falando. Suzana pega o ultrassom e mostra para Henrique. - Feliz vovô? Suzana o beija. - Sem palavras meu amor, sem palavras, eu não mereço tamanha benção. - Ninguém merece mais que você paizinho. Ninguém. - Pai, posso falar com Suzana?
Suzana jamais imaginou, nem nos seus melhores sonhos, que estaria andando pelas ruas de Paris, visitando o Louvre, olhando cada pedacinho de Notre Dame, comendo croissant na estação do TVG, olhando aquelas mulheres lindas, e homens charmosos caminhando rápido e em silêncio. Com o olhar deslumbrado, Suzana observava os cabelos de cores exóticas. A pele dos franceses era bem alva e fazia contraste com sua cor morena. Sim, estava na França. E por Deus, tiraria o máximo daquela experiência! Suzana, que tal irmos para a França? Precisamos reciclar e participar de alguns workshops que estarão acontecendo no mês de outubro, em Toulouse. Renato falava e gesticulava muito quando tinha coisas a fazer. Era um costume hereditário, ela diria. Seu pai, o produtor e arranjador da banda onde Suzana cantava e tocava, usava pouco as palavras, mas em compensação, suas mãos eram insubstituíveis não só na comunicação, como nos arranjos e na prática do seu instrumento. PARIS! Parecia que alguém tinha g
Os Mouras tinham um padrão de vida que ninguém sabia dizer se eram ricos ou não, pois eram muito simples na sua maneira de viver. Andavam com roupas de estilo, mas nunca com extravagância, eram elegantes em tudo, estavam sempre informados da última moda, conheciam pessoas de influência, mas não davam muita importância a isso. Uma vez tinham sido convidados para uma festa na casa presidencial, mas se desculparam e não foram. Era realmente difícil de saber em que pé andavam as coisas. Suzana se lembrou da vez em que Henrique quis produzi-la e divulga-la no país. Ela dissera que não estava preparada. Renato nada comentou na hora em que foi feita a proposta, mas depois, por acaso o ouviu falar para o pai que fosse devagar, pois lá fora estava cheio de lobos e ela era preciosa e ingênua demais para ser lançada naquele momento. Foi então que ela descansou e realmente confiou nos Mouras. Sabia que independente de dinheiro, eles também pensavam no seu bem estar. Isso foi no primeiro a