POV de Mathilda
01 de março de 2024
A chuva caía suave, como lágrimas do céu que também choravam. Cada gota descia sobre a terra vermelha ainda úmida, carregando um aroma de tristeza que o tempo jamais seria capaz de apagar. Entre os guarda-chuvas pretos alinhados, eu permanecia imóvel, misturada à multidão sem realmente pertencer a ela.
Minha mão segurava com firmeza os dedinhos de uma menina. Seu vestido era de um azul pálido e, sobre o cabelo negro como a noite, havia um pequeno laço, levemente torto. Ela observava a lápide à nossa frente com uma curiosidade inocente, enquanto meu rosto permanecia oculto sob um chapéu negro, com um véu fino cobrindo parte das minhas feições.
— Mamãe — sua voz era suave, mas clara mesmo sob a chuva. — Quem está enterrado aqui?
Fiquei em silêncio. O ar ficou preso na minha garganta, e o único som que existia era o da água escorrendo pela borda do guarda-chuva. Eu não consegui responder; apenas encarei a lápide por um longo tempo. O nome gravado na ped