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POV de FREDRIC

Sete meses atrás – 27 de fevereiro de 2017

Jovem, bonito e rico. Quem não gostaria de estar em uma posição como essa?

Sou Fredric Liam Smith. Um jovem de apenas 26 anos. A frase anterior descreve bem como é a minha vida, não é?

As mulheres me cercam? Claro que sim!

Não sou um homem tolo ou inútil. Não vou me permitir ficar em casa sem fazer nada. Quando mais vou aproveitar a fortuna da minha avó — uma fortuna que nunca acabará? Além disso, também sou diretor na empresa de diamantes dela.

Só por hoje, vou me encontrar com Paula. Quem não conhece essa modelo famosa? Corpo lindo, rosto encantador. Ah, mal posso esperar para tê-la como minha parceira.

Toc... toc...

Ouvi o som de batidas na porta. Apenas gritei: “Entre”.

“Ah, que dia encantador. Veja meu neto tão bonito, ainda deitado na cama feito preguiçoso.”

“Vovó?”

Entrei em pânico e imediatamente me levantei da cama. Tenho muito respeito por ela — é a única pessoa que me resta desde que minha mãe morreu há dez anos.

“Por que você se move tão rápido, como se estivesse sendo interrogado por um policial? Sua avó é realmente tão assustadora assim? Sou tão velha e pareço uma bruxa prestes a devorar sua alma?”

O rosto da minha avó parecia um pouco irritado. Para ser sincero, adoro quando ela começa a se zangar comigo desse jeito.

“Ah, a linda Rosa não pode ser tão sensível assim. Desde quando minha avó — a maior chefe de diamantes do mundo — ficou tão assustadora? Mesmo comparada à Gigi Hadid, Rosa ainda é mais bonita! É 2017, vovó, não fique brava comigo.”

Abracei minha avó. Pude sentir o calor de um amor maternal vindo dela. Sem dúvida, ela é o porto mais seguro para despejar toda a minha carência. Ela é tudo o que eu tenho.

“Você é igualzinho ao seu pai, costumava me irritar desse jeito quando não conseguia o que queria.”

Soltei o abraço imediatamente. Olhei para ela com intensidade. Meus ouvidos queimaram ao ouvir essas palavras.

“Você sabe que eu odeio quando me compara com aquele desgraçado. Eu não sou um pai que abandonou a família. Você ainda se lembra dele? Mesmo depois de vinte e seis anos sem vir te ver? Ele nunca mostrou o rosto desde o dia em que nasci! Que vergonha, vovó. Suas palavras doem.”

Virei as costas e me sentei no sofá em frente à cama. Minhas emoções explodem facilmente sempre que ela menciona meu pai. Nunca o conheci, nunca ouvi sua voz. Não há justificativa para o que ele fez. O trono e a riqueza não significaram nada para ele.

Antes de ir embora, ele não deixou nada para trás. Eu o procurei, mas nunca consegui encontrá-lo.

“Desculpe, Fredric. Eu não quis te deixar triste…”

“Não estou triste. Estou com raiva — cheio de ódio! Não quero ser comparado com alguém como ele! Juro, se um dia eu o encontrar, vou socá-lo até descarregar toda a raiva. Só então eu o perdoarei.”

Minha avó me abraçou por trás. Sua respiração quente e pesada me fez perceber o quanto ela deve sentir falta do único filho.

Minhas emoções se acalmaram, e logo me levantei para abraçá-la de novo. Não gosto de levantar a voz para ela. Ela não merece meu mau humor.

“Está bem, me perdoe por descarregar minha raiva. Vamos esquecer esse assunto. Então, o que a senhora queria me dizer, vovó? Deve haver um motivo para ter entrado no meu quarto, não é?”

O sorriso dela voltou a se abrir. Algumas rugas perto dos olhos não apagavam sua beleza.

“Quero te levar para almoçar com Goyle e a família dele. Hoje é o aniversário de casamento de Goyle e da esposa.”

Ah, um convite nada empolgante. Mas só pude assentir. Nunca recuso nada do que minha avó pede, mesmo quando não quero ir.

“Tudo bem. A que horas vamos sair?”

“Daqui a uma hora. Vá se arrumar.”

Ela acariciou meu braço e saiu do quarto. Assim que se afastou, voltei a deitar na cama.

“Vou te visitar mais tarde, à tarde ou à noite. Preciso acompanhar minha avó primeiro.”

Enviei a mensagem para Paula. Sim, eu devia encontrá-la hoje e passar o fim de semana com ela. Mas o que posso fazer? Terei que me encontrar com uma mulher sem graça — a filha de Goyle, Mathilda.

Quão sem graça é Mathilda?

Você vai descobrir em breve.

**

Exatamente às 11h15, chegamos a um restaurante cinco estrelas que nossa família costumava frequentar para o almoço.

“Você os convida para comer aqui? Que chefe mais fiel é você”, disse minha avó com um sorriso, colocando o dedo indicador sobre os lábios pintados de vermelho rosado.

Não é surpresa que minha avó seja tão generosa com a família de Goyle. Eles têm sido leais a ela por vinte anos. Goyle é um homem gentil e um ótimo motorista. Mas, às vezes, sinto-me desconfortável com o quanto ela mima essa família.

Não sei… talvez seja ciúme. Mathilda, a filha dele, às vezes me irrita. Ela tem o amor de pais completos. Enquanto isso, eu vivo sozinho, sem abraços, sem carinho.

É estranho, mas é a verdade. Cresci como um jovem com riqueza abundante — e inveja infinita de famílias harmoniosas.

“Boa tarde, Sra. Rosa e Sr. Fredric. É uma honra celebrar nosso aniversário de casamento com vocês.”

Goyle nos recebeu assim que chegamos à entrada do restaurante. Ele parecia mais profissional do que o próprio garçom, com seu rosto sério e postura impecável.

“Não precisa se preocupar conosco, Goyle. Fredric e eu somos seus convidados. Vamos, sente-se”, disse minha avó.

Como de costume, permaneci em silêncio. Raramente interajo — na verdade, nunca interagi muito com Goyle ou sua família.

“Boa tarde, Sra. Rosa. Estou muito feliz e honrada por receber um presente de casamento tão maravilhoso”, disse a esposa de Goyle. “Mathilda manda lembranças à Sra. Rosa e ao Sr. Fredric!”

Voltei meu olhar para a garota sem graça. A tímida e frágil Mathilda abaixou a cabeça enquanto assentia. Tentei entender o que ela estava fazendo. Seu cabelo ruivo encaracolado e os óculos grossos a faziam parecer desajeitada. Além disso, ela tem um gosto terrível para roupas.

“Você está linda, Mathilda. Esse rabo de cavalo alto te deixa como uma boneca Barbie — perfeita para ficar ao lado de Fredric.”

Arregalei os olhos. Instintivamente franzi o cenho e sorri de forma torta. As palavras escaparam da minha boca antes que eu pudesse pensar:

“Talvez fosse mais adequado se ela trocasse de visual com a Gigi Hadid ou a Kendall Jenner.”

Claro, o ambiente ficou em silêncio na hora. Vi Mathilda abaixar ainda mais a cabeça. Os rostos de Goyle e de sua esposa ficaram constrangidos.

“Fredric, Mathilda quis dizer que talvez devesse soltar o lindo cabelo para parecer mais charmosa. Ah, os gostos dos jovens de hoje às vezes são um pouco extremos. Esqueçamos isso. Vamos nos sentar e pedir a comida.”

Logo após dizer isso, minha avó se virou para mim e arqueou uma sobrancelha. Sim, ela estava zangada comigo. Mas eu não me importei — era exatamente o que eu queria.

Mathilda precisaria de dez cirurgias plásticas para poder estar ao meu lado.

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