68. NÃO É APENAS UM MAL-ENTENDIDO
VICTORIA:
Antes que eu pudesse responder, algumas batidas na porta nos interromperam. Ele se virou e abriu de um golpe, sem aviso prévio. Isabel se posicionou no batente, quebrando novamente qualquer intenção de diálogo entre nós. Seu rosto era delicado e seus gestos a faziam parecer orgulhosa.
— Riky, não sabia que você viria —disse com uma voz melosa, enquanto seus olhos verde esmeralda brilhavam com uma intenção que mal conseguia disfarçar. Seus saltos ecoaram contra o chão de mármore enquanto ela avançava—. Que sorte que você veio. Boa tarde, Senhora Victoria.
A suíte presidencial brilhava sob a luz dourada do pôr do sol que se filtrava pelas janelas. As cortinas de seda bege ondulavam suavemente com a brisa, enquanto o mobiliário de mogno polido refletia lampejos âmbar. Sorri levemente e me afastei alguns passos.
Isabel, com seu vestido branco solto, contrastava com a decoração sóbria do cômodo, um detalhe que sempre a fazia parecer angelical. Ricardo, que estava em pé ao