38. PERDENDO PARA ELE
VICTORIA:
O vinho e a tempestade haviam criado uma atmosfera íntima que nenhum dos dois parecia querer romper. Seus dedos tocaram meu rosto com uma delicadeza que não esperava dele, enviando calafrios pela minha coluna. A luz das velas dançava sobre seu rosto, suavizando suas feições normalmente severas.
—Relaxe... —sussurrou como uma carícia em meu ouvido—. Você está protegida em meus braços.
Desta vez, quando seus lábios encontraram os meus, não o rechacei. Não era como naquela noite no clube; agora éramos plenamente conscientes de cada toque, de cada suspiro. Suas mãos deslizaram pela minha costas, me atraindo para ele com uma ternura que me surpreendeu, e me deixei levar.
Um trovão retumbou à distância e eu me sobressaltei. Mas os braços de Ricardo me seguraram contra seu corpo, enquanto seus dedos se entrelaçaram em meu cabelo, aprofundando o beijo e apagando qualquer pensamento coerente de minha mente.
—Devemos parar —murmurei contra seus lábios, sem verdadeira convicção