Amélia encarava a porta à sua frente estava sozinha, Abigail já havia se retirado, ela entraria dentro do salão andando até o seu amado. Não havia um sorriso em seu rosto, os cabelos longos estavam soltos, o rosto uma mistura de ódio e braveza, ela esticou o pescoço quando lentamente os portões se abriam. Ele estava parado olhando para ela com um sorriso angelical em sua direção, mas Amélia não compartilhava de sua alegria, ela o encarava com severidade os conselheiros esperavam em pé.
Todos, todos os rostos estavam na noiva do príncipe, todos os mesmo rostos que haviam olhado para ela quando estava caminhando para a sua morte. Ela andou pelo salão encarando cada um deles, lembrando a si mesma o que devia fazer, ela parou de frente para o príncipe como a cerimônia exigia. Um dos conselheiros o mesmo que havia a condenado parou ao lado de ambos, ela fechou suas mãos em um punho, ódio invadiu seu rosto, mas fingiu um sorriso na direção de seu amado.
-- Que a cerimônia comece -- exclamou o conselheiro enquanto os outros três conselheiros afirmavam com a cabeça em conformidade -- todos presentes são testemunhas dessa união -- o conselheiro se virou para o príncipe, ele sorria para ela ainda não compreendia sua expressão havia algo diferente no rosto de Amélia que o incomodava -- príncipe Igor sucessor de seu irmão, o senhor jura pela Lua e o sol casar-se com Amélia?
-- Sim.
Amélia queria gritar, mentirosa, ela pensou em desmascarar ele naquele momento, mas queria mais que isso, ela queria ver ele se arrastar até ela, queria vingança, ela tinha um plano, suspirou com firmeza, então fingiu um sorriso meigo em sua direção com a resposta que vinha dele, mas tudo que ela sentia naquele momento era ansia de vomito toda vez que o encarava.
-- Amélia -- disse o conselheiro virando o seu rosto na direção dela -- a senhora jura pela Lua e o Sol casar-se com Igor? O sorriso de Amelia desapareceu e o rosto de Igor ficou perplexo, pois ela ficou parada encarando seu olhar antes de sorrir com o rosto perverso em sua direção.
-- Eu juro pela lua e sol -- disse ela lentamente -- que estou comprometida para outro, por isto não posso jurar ao senhor.
-- Como ousa? -- gritou Igor vindo em sua direção, mas o conselheiro o impediu com apenas um movimento de cabeça -- traição.
-- Não o traia -- exclamou Amélia dando alguns passos para trás -- não jurei lealdade a você para traí-lo, apenas jurei a outro. O silêncio permaneceu no salão, mas dessa vez os olhares não estavam sobre Amélia, mas sim, no príncipe, todos, todos olhavam para ele, ele virou seu rosto procurando por alguém na multidão, Amélia sabia quem era, Abigail, sua empregada é aquela que havia tramado tudo junto com ele, ele encarou o rosto dela por alguns segundos antes de voltar para Amélia.
-- Achei que me amava. Amélia riu, colocou a mão em sua boca escondendo seu sorriso, tirou os longos cabelos de seu rosto, então o encarou com o olhar mais firme.
-- Eu também achei.
-- Esqueceu com quem está falando? -- a voz de Igor havia mudado seus olhos negros estavam avermelhados os conselheiros deram um passo para trás sentido seu poder e abaixaram a cabeça, assim como todos no salão -- sou o príncipe, seu príncipe, futuro Rei -- ele pegou no pulso de Amélia a balancando em seguida -- quem, quem é o homem que ousa pegar o que é meu?
-- Eu --Amélia sentiu o poder que vinha de sua voz, ela sentia a força que emana daquelas únicas palavras seu corpo se contorceu e sua cabeça abaixou, pois a presença daquele homem era forte demais, ela sabia que todos também estavam sentido o mesmo -- eu ouso pegar o que é seu, então retire suas mãos do que agora me pertence.
Amélia não conseguia se mover ao mesmo tempo que sentia todo seu corpo calmo e sereno com a presença do Rei, também sentia um medo. Igor tremia com a voz de seu irmão, ele olhava entre Amélia e ele sem entender o que estava acontecendo, os conselheiros ficaram em silêncio sem ousar dizer nenhuma palavra, ninguém ia contra a autoridade do Rei. Todos se ajoelharam logo em seguida quando o seu rugido ecoou pelo local, Amélia com as pernas bambas e com o coração na boca só podia se ajoelhar, Igor fez o mesmo ainda sem compreender o que estava acontecendo.Ela sabia que ele andava em sua direção, ela sentia sua presença vindo, ela só podia manter a cabeça baixa. Tudo que pensava era que estava acontecendo de novo seria morta seu destino não havia mudado, mas agora era o Rei que teria a sua cabeça em uma bandeja, ela só pode colocar a mão em sua barriga, não havia conseguido vingar seu filho. -- Levante-se. Ela não conseguia dizer não o Rei era um puro alfa um homem que ela não podia nega
Amélia não se importava com as palavras do Rei, mas elas ainda estavam sobre a sua cabeça, ajeitava o vestido, enquanto tremia um pouco. Ajeitava o cabelo, o vestido de noiva estava sobre a sua cama, mal conseguia acreditar no que havia acabado de acontecer, mas ela continuava repetindo a si mesma, vingança, ela tinha que continuar a sua vingança. Ela levantou-se, encarou o vestido e as memórias de seu casamento colocou a mão sobre a sua barriga lembrando a si mesma que já não tinha mais nada ali, ele estava morto. Quando a porta bateu, um sorriso malicioso tocou os lábios de Amélia.-- Entre. Abigail entrou rapidamente fechando a porta em seguida seu rosto ainda estava transtornado pelo que havia acabado de presenciar, mas tinha que manter as aparências em frente de Amélia, ela abaixou a cabeça em silêncio.-- Mandou me chamar Senhora -- sua voz vacilou um pouco, Amélia havia notado, o vestido ainda estava sobre a sua cama, ela o tocava enquanto sorria -- senhora, o príncipe está mui
-- Preciso falar com o senhor em particular -- disse Amélia em um sussurro sem olhar na direção dos conselheiros, ela sentia o olhar de cada um deles encarando ela, o Rei encarou seu rosto confuso, sabia que havia algo errado, mas não conseguia distinguir o que poderia ser -- é algo que envolve uma conspiração contra o senhor.-- Uma conspiração -- a voz fez com que Amélia tremece no mesmo instante, ela jamais esqueceria a voz daquele que a condenara seu filho e ela a morte, ela colocou a mão em sua barriga, o pânico dominava seu corpo novamente -- veio trazer ao Rei falsas conspirações?-- Meu Rei... Amélia não conseguia concluir o conselheiro andava em sua direção era como se ela estivesse revivendo a cena novamente, mãos amarradas, o bêbe, meu bêbe, ele matou meu bêbe, repetia ela em sua mente, andou para trás colocando as mãos sobre a barriga, ela não deixaria que tocasse nela de novo.-- O que está acontecendo? -- o Rei se aproximou levantando a mão na direção de Amélia, mas ela
Os conselheiros saíram do salão oval em silêncio e o conselheiro chefe dispensou os outros para seguirem seu caminho. Ele andou pelos corredores aflitos, sentia em Amélia um espírito rebelde que o incomodava, ele seguiu de volta pelo salão oval, tinha decidido que deveria confrontar o Rei. Seu sobretudo arrastava pelo chão, sabedoria era o que os conselheiros carregavam como seu sobrenome. Por longos tempos, eles cuidavam de Reis, mas este em particular incomodava o conselheiro, era rebelde, dificilmente escutava-o, ele preferia que o segundo irmão assumisse, mas na disputa entre ambos pelo trono, o segundo irmão não venceu a batalha, assim assumiu aquele em que os conselheiros menos aprovaram tornando-se o Alpha supremo.-- Voltou -- a voz do Rei era sarcástica, algo que o conselheiro já estava acostumado em seu Rei -- não me lembro de ter lhe convocado.-- Vim por minha própria vontade, Majestade -- o conselheiro se aproximou ajoelhou-se de frente para o Rei em clemência -- necessit
Amélia acordou assustada aquela noite o seu corpo tremia suas mãos mal conseguiam se mover, mas ela colocou a mão sobre seu pescoço, bateu em seu rosto duas vezes. Viva, ela dizia a si mesma, ainda estava viva, era tudo um pesadelo, ela colocou novamente a mão sobre sua barriga, queria esquecer aquele dia, mas também tinha medo de esquecer por completo, ela decidirá que o único caminho a seguir era o da vingança. Ela tirou os lençois de seu corpo, não conseguia mais dormir pegou o casaco em seu guarda roupa e saiu porta a fora.Não sabia ao certo para onde devia andar, mas o ar fresco que vinha do jardim aliviava o pesadelo e os gritos dela em seu sonho. Ela andava se arrastando segurando na parede quando tocou os pés na grama, deixou que seu corpo caísse ao chão, medo, ela tinha medo. A brisa e a lua fazia com que seu corpo relaxasse ela podia sentir que estava revigorada pela luz que vinha da lua que brilhava intensamente naquela noite. Mas então ela sentiu a presença, seu corpo enr
Amélia não sabia o que devia responder ainda olhava para um lado e para o outro à procura de David, ela não conseguia responder, porque lá no fundo em algum lugar de seu coração, ela sentia, sentia alguma coisa por ele. Era a lembrança em sua garganta, a dor que vinha de dentro dela do filho que não havia nascido que lembrava a ela de sua vingança, mas ele fora seu marido, o homem que desejou todas as noites, ela não poderia odiar ele como ela queria, mas ela o fazia.-- O levou para onde? -- Responda a minha pergunta -- o Rei deu um passo para frente, assustada, Amélia andou para trás -- ainda o ama? Ainda o quer depois de tudo?-- Não interessa o que desejo -- Amélia ignorou as mãos trêmulas e a voz vacilante continuou falando com toda raiva que estava dentro dela -- não interessa, você não sabe de nada -- ela colocou a mão sobre sua barriga -- não sabe de nada.-- Então conte-me o que deseja, conte-me o que quer, tudo, tudo será seu, o que desejar, peça-me. Amélia levantou sua cab
Amélia usava um capuz sobre a sua cabeça enquanto seguia dentro da carroça para a casa de seu pai, ainda sentia calafrios, eles não haviam vindo ao casamento, não sabia se a notícia havia chegado. Que agora ela era noiva do Rei, Abigail sentava à sua frente, não falava uma única palavra, volta e meia encarava Amélia que não lhe dava a menor atenção. Amélia tinha em mente uma única coisa, saber tudo sobre feitiços, tudo sobre as bruxas, lendas que o povo do sul sempre falava.Um poder mágico adormecido há muito tempo atrás, o povo do sul, o clã do pai de Amélia era muito importante pelas lendas que carregava. Ela precisava saber como havia voltado no tempo, como havia chegado ali, qual era motivo de tudo isso, ela sabia que não podia contar tudo, não sabia ao certo como falaria ou como começaria, mas tinha que extrair alguma coisa.-- Estamos perto -- disse Abigail virando seu rosto para a janela certificando que já estavam se aproximando -- nenhuma carta foi enviada pela sua família
Amélia sentou-se e o Rei ficou de pé ao seu lado, seu pai olhava ainda com o rosto muito fechado para sua filha. A mãe de Amélia estava em pé ao lado de seu marido, agora, em completo silêncio, ambos estavam no gabinete, o clã sul ao qual seu pai era responsável era muito temido, o Rei sabia muito bem disso, ambos tinham respeito mútuo. O silêncio na sala incomodava Amélia, mas ela sabia que não deveria dizer nada deixaria que o Rei desse conta do assunto, ela sabia que qualquer erro vindo dela sua cabeça estaria em prêmio, é ela sabia que seu pai não ligaria para ela depois de sua traição.-- Amélia agora pertence somente a mim. A voz do Rei era irritante para Amélia, o jeito que ele falava dela a incomodava imensamente, mas ela continuou com o rosto imparcial quando seus pais encararam seu rosto.-- Estão casados? -- Nosso casamento será na próxima lua cheia -- o Rei colocou sua mão sobre o cabelo de Amélia alisando ele demoradamente, fazendo com ela sentisse uma leve sensação de