Sophie Narrando
Jamais esquecerei o momento em que escutei o primeiro choro das minhas filhas. Foram dois chorinhos quase simultâneos, tão semelhantes e ainda assim únicos, como se elas já tivessem ensaiado juntas, mesmo dentro de mim. A emoção foi tão intensa que mal consegui falar. Tudo o que consegui fazer foi chorar, sorrindo, com o coração explodindo de amor. Ethan apertou minha mão com força e me beijou na testa, com os olhos marejados.
— Elas estão aqui, Sophie, nossas meninas — sussurrou, com a voz trêmula.
O parto foi rápido, mas o pós-parto, ah, o pós-parto é um mundo novo. As meninas nasceram de sete meses, como o médico já havia previsto. Eram tão pequeninas, tão frágeis, que o meu primeiro instinto foi de medo. Mas no instante em que as vi, enroladinhas em cobertores, os rostinhos rosados e os olhinhos fechados, tudo o que senti foi amor. Um amor tão profundo que doía.
Ficamos na maternidade por mais dias do que o habitual. Por serem prematuras, precisavam de acompanhame