Luna Narrando
Estávamos na Construtora quando tudo aconteceu. O dia estava movimentado, como sempre, mas nada me preparou para o que viria. No começo, só ouvimos barulhos, tiros, freadas bruscas, gritos abafados. Meu coração deu um pulo no peito. Olhei pela janela e, por um segundo, pensei que fosse algum assalto na rua, algo isolado. Mas o som dos tiros parecia cada vez mais próximo. Muito próximo.
Tentei manter a calma, mas minhas mãos começaram a tremer. A recepcionista correu na direção da minha sala com os olhos arregalados.
— Luna, fica aqui. Tá tendo tiroteio na esquina.
Fechei a porta, trêmula, e fiquei ali parada, no meio da sala, sem saber o que fazer. Minha respiração ficou curta, os olhos fixos na porta como se ela fosse me proteger de tudo. Os segundos pareciam horas. E então o silêncio. De repente, tudo ficou quieto demais.
Foram só alguns minutos até o telefone da minha sala tocar. Atendi com as mãos suando, o coração quase saindo pela boca.
— Alô?
— Luna — era a recep