Flora Narrando
A gente tava esperando naquela sala fria e silenciosa do hospital fazia mais de uma hora. Cada segundo parecia uma eternidade. Meu pai andava de um lado pro outro, minha mãe sentada, de cabeça baixa, sem conseguir falar nada. Evan não saiu do meu lado em nenhum momento. Me abraçava apertado, mas eu mal conseguia sentir o calor dele, só sentia aquele aperto no peito, como se meu coração estivesse preso numa corrente.
A porta se abriu devagar, e o médico entrou. Usava jaleco branco, as mãos nos bolsos, e uma expressão tão séria que eu soube ali, antes mesmo dele falar, que vinha coisa ruim.
— Boa noite, família Ferraz. Sou o doutor Henrique, estou cuidando da Luna. A cirurgia foi um sucesso, conseguimos estabilizar os sinais vitais e controlar o sangramento. Ela está sedada, mas reagindo bem aos medicamentos.
Todo mundo respirou, como se estivéssemos segurando o ar até ali.
— Graças a Deus — minha mãe murmurou.
Mas o doutor continuou, e quando ele abriu a boca de novo, e