Flora Narrando
Eu não sabia onde enfiar a cara. Ver a minha mãe e a minha irmã ali, me olhando daquele jeito, que situação constrangedora. Mas nada, absolutamente nada, superou o momento em que meu pai apareceu. Meu Deus, eu queria cavar um buraco no chão e enfiar a cabeça. O coração deu um salto, e eu simplesmente congelei.
Ele olhou pra mim, depois olhou pro Evan, e sem dizer uma palavra, falou pouco e seguiu direto pra sala de reuniões com a minha mãe. Eu continuei ali, sentada no sofá, tentando entender como a minha vida tinha virado um episódio de comédia vergonhosa.
Me levantei num pulo, ainda enrolada na manta, e virei pro Evan.
— Isso não podia ter acontecido. — falei, quase num sussurro nervoso. — A gente não podia ter dormido no escritório, Evan.
Ele me olhou com aquele sorriso cínico, divertido, como se nada estivesse errado.
— Mas eu não dormi sozinho. — disse, com aquele ar despreocupado.
— Idiota — respondi, sem conseguir conter o sorriso de volta.
— Você até roncou, sa