Evan Narrando
Cheguei direto no canteiro, atrasado. O sol já estava alto e os operários tinham começado o serviço sem mim, o que, de certa forma, me tranquilizou. Reuni a equipe rapidamente, revisei os pontos principais da obra e dei as orientações para o dia. Estavam todos focados, do mestre de obra ao mais novo ajudante. Fiz questão de circular um pouco antes de me trancar no improvisado escritório que ficava dentro de um container. Peguei meu café já frio, abri a prancheta e comecei a revisar os relatórios da semana.
Não se passou nem meia hora e alguém bateu na porta do container. Era um dos rapazes da obra, ainda com poeira nas botas e o capacete meio torto na cabeça.
— Evan — ele disse, ofegante — tem uma mulher num carro lá na entrada, tá te chamando.
Levantei a cabeça, franzindo a testa.
— Mulher?
— É, tá no carro, te chamou pelo nome. Achei que fosse a dona Flora, mas acho que não é não.
Meu coração chegou a dar uma vacilada. Por um segundo, cogitei que pudesse ser ela, m