Os olhos de Jane se arregalaram. — A-apaixonar? — ela perguntou e deu uma tossida. — Wayne, não acha que isso é demais? Quer dizer, a gente tá se conhecendo. Não tivemos nem mesmo um primeiro encontro e você já está falando em apaixonar? Wayne sabia que parecia estar indo muito rápido, só que ele não era o tipo que fica remoendo e pensando demais. Ele sentia o que sentia. E Jane… ela o fazia sentir mais do que nunca! — Íamos ao cinema, não se esqueça. — Ele apontou para a TV. — Posso considerar isso o primeiro encontro? Quer pipoca? Você não jantou… eu vou preparar algo. Jane segurou o braço de Wayne. Ele era fofo e ela sentia-se bem com ele. — Pode ser pipoca. — Não. Você tem que comer. Isso foi muito descuido da minha parte! — ele se culpou e levantou-se. — Eu não lembro de ter visto nenhuma alergia grave… mas tem algo que você não goste? — Quais as opções? Wayne estreitou os olhos, como se pensasse. — Cordeiro, frutos do mar… acho que tem Kobe Beef. Jane fez uma careta, c
Quando Wayne retornou, Jane estava terminando a sopa e Adrienne saiu para levar o prato para a cozinha. Ela deu boa-noite ao casal e se foi. Wayne entrou no quarto e fechou a porta assim que Adrienne se foi. Ele foi até Jane e a beijou, antes de qualquer coisa. — Gostou da canja? — ele enfim perguntou. — Estava deliciosa. Você foi muito rápido! — Jane sorriu. — Você é incrível, Wayne. O médico riu.— Eu sou incrível? — ele aproximou-se mais de Jane. — Se já me acha incrível agora, imagine depois que fizermos mais do que trocar uns beijos castos. Jane estreitou os olhos para ele. — Primeiro que os nossos beijos estão longe de serem castos. Segundo… você confia muito nas suas capacidades, não é mesmo? Wayne passou a língua pelos lábios de Jane, segurando o queixo dela entre os dedos. Ela gemeu. — Você me dá a confiança, Jane. — Ele a beijou, saboreando cada pedaço da boca dela. Ele parou, dando uns beijos mais calmos e rápidos, antes de pegar o controle remoto e os dois escolhe
— Wayne, você não sente vergonha de falar essas coisas? Ele deu de ombros e colocou uma uva na boca. — Nem um pouco. — Ele pegou um morango e o aproximou da boca de Jane. — Abre a boquinha. Jane podia ver a expressão cínica no rosto dele, mas ela não quebrou o contato visual e abriu a boca. Ele a beijou assim que ela engoliu o pedaço da fruta. — Agora, sem brincadeiras. Vamos comer. Você tem mesmo que ficar bem. E na segunda-feira vamos para o hospital, para a sua sessão. A espinha de Jane gelou. Ela sabia que Wayne era médico, mas ela não queria que ele a visse depois da sessão. Era feio, ela ficava péssima! Além disso, ela tinha visto cabelo dela no travesseiro quando acordou. Wayne a veria ficando careca. Ela comeu em silêncio e Wayne podia dizer que ela estava muito pensativa. Ele não a interrompeu e esperou que ela terminasse de comer. Ele então tirou a bandeja de cima da cama — onde colocou para que ficasse ao alcance dos dois — e voltou a sentar-se ao lado de Jane. — O q
Eles se olharam por uns momentos, antes de Wayne abraçar Jane. — Meu bem, a morte é inevitável. Se formos pensar nisso, ninguém vai se envolver com ninguém. Eu mesmo posso sair para o hospital e não retornar. Posso sofrer um acidente, posso ser atacado com alguém louco… Não há garantias de “juntos para sempre”. Os olhos de Jane se encheram de lágrimas e ela o empurrou. — Não fale besteiras! — Não são besteiras. — Wayne segurou o rosto de Jane. — Você e eu somos mortais. E é isso. Você está doente? Okay. Vamos cuidar de você. — E se… e se não tiver cura? E se não curar? — Eu estarei ao seu lado. — Wayne sorriu para Jane e beijou-lhe a testa. Depois disso, o coração de Jane se aquietou e ela conseguiu aproveitar mais o dia. Wayne não se sentia tão bem há muito tempo! Eles se beijaram, assistiram TV, jogaram jogos de tabuleiro com Adrienne, fizeram planos. Jane não gostava de fazer planos porque, na experiência dela, as coisas tendiam a não seguir esses planos e dar muito errado.
— Querido! — A loira passou por Adrienne como se essa fosse algo completamente sem importância. — Eu nem acredito que finalmente estamos juntos!Adrienne levantou a sobrancelha, observando. Se fosse em outra casa, ela poderia pedir licença e sair dali, no entanto, Jane era mais do que uma paciente, aos olhos dela, mas uma amiga. E se Wayne Ryan estava brincando com os sentimentos da moça, ela não perdoaria!Quando a mulher tentou se aproximar mais de Wayne, subindo alguns degraus, ele tomou distância. Ela ainda levantou os braços, como se quisesse abraçá-lo, o que ele não permitiu. — Wayne… — A voz da mulher saiu baixa, como um lamento. — Meu amor, eu voltei! — Eu posso ver, graças a Deus não sou cego. O que não entendo é o que diabos você faz aqui na minha casa.— Eu sofri muito para chegar até você e é assim que vai me receber? Como se eu fosse sua inimiga?!Wayne suspirou e passou pela mulher, indo até a porta e abrindo-a. — Poupe a nós dois dessa situação embaraçosa e saia. Por
Assim que chegaram ao hospital, Jane permaneceu sentada na sala de espera, enquanto Wayne seguiu direto para a ala médica em busca de notícias sobre o pai.Enquanto esperava, Jane sentiu uma sombra se projetar sobre ela. Ao levantar a cabeça, deparou-se com a mulher loira de antes — Kassidy.— Posso ajudá-la? — Jane perguntou, num tom educado, mas neutro. Kassidy sorriu, um gesto doce demais para ser genuíno; seus olhos, frios, não acompanharam o sorriso. Sem esperar permissão, sentou-se ao lado de Jane e acenou para um menino que, só então, Jane percebeu estar de frente para ela.— Este é o nosso filho. — Kassidy anunciou, passando a mão pela cabeça do garoto.O menino, que aparentava ter entre oito e nove anos, tinha olhos amendoados e cabelos loiro-escuros.Por "nosso", Jane entendeu — Wayne e Kassidy. Wayne tinha um filho? A pressão pareceu sumir do corpo dela, e o mundo girou por um instante.— Ele não sabia. — Kassidy explicou, acariciando novamente o rosto do menino, que se man
— Wayne, eu tenho o senhor em alta conta, e não me meto na vida pessoal dos meus colegas ou pacientes, mas isso… — Erika apontou para dentro do quarto. — A mulher que causou todo esse alvoroço foi extremamente rude com Jane. Isso é inadmissível. O recado de Erika era: não traga os seus problemas pessoais para o hospital. Ele era o diretor e ela o respeitava, no entanto, Jane era paciente dela, uma paciente delicada e que Wayne tinha resolvido englobar na vida dele. Então, ele precisa ser responsável pelas ações dele, mais do que nunca. — Eu compreendo. Pode ficar despreocupada que Jane não será prejudicada. — Muito bem. Eu vou me retirar, agora. Se precisar de mim, é só chamar. — Ela balançou o bipe e saiu dali. Wayne recostou-se na parede, a fúria dentro dele apenas guardada, mas o consumia. Ele não queria que Jane sofresse de forma alguma. E agora, não só Kassidy tinha retornado, mas ela tinha uma criança com ela. Uma criança. Um filho. Anos antes, Wayne sonhava em ser pai, e,
No carro, Jane suspirou. — Wayne, antes de tudo, eu quero que saiba que eu não me oponho a nada. Nem mesmo se você quiser retomar a sua relação com aquela senhorita. Apenas me informe para que eu possa me preparar…! Wayne colocou o indicador nos lábios de Jane e se inclinou para ela, beijando-a suavemente. — Não vou me separar de você. Kassidy ficou no passado. A única coisa que pode me fazer ficar perto dela é a criança, e pela criança. Mas não quero nem mesmo amizade. Será apenas uma relação o menos turbulenta possível por conta do menino e nada mais. — Wayne a beijou de novo, dessa vez, mais profundamente. — Eu quero você, Jane. Ela mordeu os lábios. — Não quero problemas. Nem para mim e nem para você. — Não teremos. — Ele disse, sem dúvidas. — Peço que tenha um pouco de paciência, porque Kassidy é… complicada. Wayne não queria ter que tomar medidas mais drásticas, no entanto, se ele sentisse que Kassidy poderia prejudicar Jane, então, o cavalheirismo dele para com uma dama