Ethan Blake.
O dia havia sido longo, como todos os outros.
Reuniões, relatórios, estratégias para conter uma possível crise em uma das empresas do grupo. Mas mesmo no meio do caos corporativo, eu continuava atento.
Sempre atento.
Tomei um gole de café enquanto olhava para a minha mesa, aquele tanto de papéis, bagunçados.
Eu estava em uma ligação agora, conversando com um dos meus sócios.
— Ethan — disse Cláudio, do outro lado da linha — você está sabendo do Gustavo?
Franzi o cenho, largando a caneta sobre o papel à minha frente.
— Não. O que houve? — perguntei, ficando preocupado.
— Ele está mal. Emocionalmente e financeiramente. Está evitando reuniões, ignorando investidores e dizem que anda desmotivado, abatido. Há quem diga que ele pode abandonar o negócio.
Meu rosto congelou por um tempo.
O que estava acontecendo com ele? Por que não me ligou? Conversou comigo?
Eu tinha desabafado com ele quando perdi minha esposa, ele me apoiou tanto, mas ele nem tinha falado comigo