Capítulo 102
Maria Luíza Duarte
Acordei sentindo o calor de Alexei ao meu lado. Ele ainda dormia profundamente, o rosto relaxado, quase angelical, diferente da expressão firme que costumava carregar durante o dia. Por um momento, permiti-me apenas observá-lo, gravando cada detalhe em minha memória.
"Ele não levantou antes de mim, hoje".
Então, como se sentisse meu olhar, ele abriu os olhos lentamente, o azul intenso focando diretamente em mim.
— Bom dia, Malu — ele murmurou, sua voz rouca pelo sono.
— Bom dia — respondi, inclinando-me para beijá-lo levemente.
Mas a leveza daquele momento logo deu lugar a um ar mais sério quando Alexei suspirou e passou a mão pelo rosto.
— Hoje é o dia do enterro de Maxim. É melhor começarmos a nos preparar.
Senti um leve arrepio ao ouvir aquelas palavras. Não era tristeza; Maxim não tinha deixado um legado de amor ou saudade. Pelo contrário, sua ausência parecia trazer um alívio para todos nós, exceto, talvez, para A