Mundo de ficçãoIniciar sessãoAnael, um anjo de asas brancas com as pontas azuis celeste, levava sua vida perfeita, não havia nada com que se preocupar. Mas, o real motivo de sua existência vem a tona, ele não aceita, luta com todas as suas forças para seguir por outro caminho. Elisa, nascida em uma família complicada, e tendo falhas em seu corpo, é a missão de Anael. No entanto, para ele, ela nada mais séria do que como qualquer outro ser humano. Um ser horrível! Seu desprezo pela maior criação do senhor nunca foi escondido, mas até aonde esse sentimento vai quando ele nota que Elisa não é como as outras?
Ler maisNuria
A luz dourada da lareira dançava pelo pequeno salão enquanto o som do riso preenchia o ambiente. Meu pai serviu mais uma rodada de vinho, minha mãe cortava pedaços extras de torta para Elias, e Gael ainda insistia em me provocar.
"Você vai mesmo fazer isso?" Ele perguntou, encostado na mesa, os braços cruzados.
"Claro que vai," meu pai respondeu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa. "Minha filha, primeira violinista da Orquestra Nacional!"
O orgulho em sua voz fez meu peito vibrar. Ser escolhida para a Orquestra Nacional era um sonho que eu nem ousava imaginar, e agora estava diante de mim. Mas havia um preço.
"Se eu aceitar, terei que viver entre os humanos."
O silêncio caiu por um instante.
A Alcateia Lunar sempre fora meu lar. Uma comunidade fechada, isolada dos humanos, escondida entre as montanhas. Enquanto outras alcateias tentavam se misturar ao mundo moderno, a nossa se mantinha fiel às tradições antigas. Saindo dali, eu me tornaria mais uma loba aventureira.
"Você merece isso," minha mãe disse, colocando a mão sobre a minha. "E sua música merece ser ouvida."
"Mas você vai nos abandonar?" Elias resmungou, os olhos grandes me encarando.
"Claro que não," eu ri, bagunçando seus cabelos. "Eu sempre vou voltar."
Gael levantou a taça. "Então brindamos à Nuria! Nossa violinista prodígio!"
Todos ergueram suas taças, e o cristal tilintou no ar. A felicidade era contagiante. Meu coração estava leve. Era o momento mais perfeito da minha vida.
Mas parece que isso não estava destinado a mim. Segundos após o brinde a porta da entrada foi arrancada das dobradiças.
A explosão de madeira e o cheiro de sangue chegaram ao mesmo tempo.
O tempo congelou.
Meu pai foi o primeiro a se mover, empurrando minha mãe para trás enquanto seu corpo começava a se transformar. Mas ele não teve chance.
Uma garra afiada atravessou seu peito, rasgando sua carne até o osso.
O sangue jorrou.
A mesa virou com o impacto, pratos e taças espatifando-se no chão. O vinho derramado se misturou ao sangue quente, formando uma poça rubra que se espalhava pelos ladrilhos.
Minha mãe gritou, o som cortante e desesperado. Elias soluçava, pequeno demais para entender que aquele era o fim.
Gael rosnou, os olhos ardendo em fúria quando se lançou contra um dos invasores. Mas não foi rápido o suficiente.
Uma garra brutal o atingiu no peito, interrompendo sua transformação. Seu corpo foi jogado contra a parede com força descomunal, e o estalo seco do crânio rachando contra a pedra ecoou pela sala.
Minha mãe tentou correr até ele, mas foi agarrada pelos cabelos e jogada ao chão.
"NURIA, CORRA!"
Mas eu não podia.
O mundo girava, um borrão de sangue e caos.
Os invasores tomaram a casa, lobos imensos de olhos dourados. Eu conhecia esses olhos. Alcateia Invernal.
Eles vieram por nós. Por mais lobas para seu alfa.
Eu tentei puxar Elias para longe, mas garras me agarraram e me arrancaram do chão.
"Não!" Me debati, tentei me soltar, mas o aperto era implacável.
Vi Elias correr em minha direção, seus pequenos braços estendidos para mim.
"Nuria!"
Então ele foi puxado para trás.
"ELIAS!"
O tempo desacelerou quando vi as garras perfurarem suas costas pequenas. O estalo seco dos ossos quebrando ecoou como um trovão em meus ouvidos.
Seu corpo desabou no chão, os braços caindo inertes ao lado do corpo frágil. Seus olhos ainda estavam abertos, fixos no nada, como se ainda tentassem entender o que havia acontecido.
O grito rasgou minha garganta antes que eu percebesse que era meu. Um som visceral, primitivo, que explodiu do fundo da minha alma enquanto tudo dentro de mim se despedaçava.
Eu não vi minha mãe morrer. Mas ouvi.
O som das garras rasgando carne, os últimos gritos, depois o silêncio.
A força no meu braço aumentou, e me arrastaram para fora da casa.
A cidade estava em chamas.
Os lobos da Alcateia Invernal massacravam nosso povo.
Os homens eram dilacerados onde estavam, suas peles rasgadas por garras impiedosas, suas vozes silenciadas antes mesmo que pudessem lutar.
Crianças caíam como folhas ao vento, pequenos demais para fugirem, frágeis demais para resistirem. As que tentavam escapar eram arrastadas de volta, presas em um destino já selado.
As mulheres gritavam ao serem arrancadas de suas casas, suas súplicas se misturando ao estalar de ossos e ao rugido dos lobos. O cheiro de carne queimada impregnava o ar, o calor sufocante das chamas se misturando ao sangue fresco que escorria entre as pedras rachadas.
Me debati, chutei, cravei as unhas na pele áspera do meu captor, mas foi inútil.
Fui arrastada como um animal, jogada ao centro da praça com um golpe seco. Outras mulheres já estavam lá.
Foi então que ele chegou.
Solon Zarkov.
O Alfa da Alcateia Invernal. O homem que destruiu tudo.
Ele caminhou entre os corpos com um olhar satisfeito, como se já tivesse vencido muito antes de começar.
"Separem-nas." Sua voz foi baixa, casual. "Quero apenas aquelas com mais de 18 anos que possam gerar meus herdeiros. As que não servirem, matem."
Os soldados obedeceram sem hesitar. As execuções começaram sem piedade, os gritos rasgando o ar como lâminas invisíveis.
O cheiro de sangue fresco inundou minhas narinas, ferroso, quente, sufocante.
E então, os cortes começaram. E eu soube que ele estava atrás do meu segredo.
Minha linhagem, protegida a sete chaves por meus pais.
Meu sangue azul. Meu presente e ligação direta da Deusa.
Solon não chegou aqui por acaso. Ele sabia.
A lâmina deslizou sobre a palma da primeira mulher. Um gemido de dor, um filete carmesim escorrendo entre seus dedos. Vermelho.
A segunda. Vermelho.
A terceira. Vermelho.
Minha respiração ficou presa.
Chegou minha vez.
Tentei recuar, mas mãos ásperas me seguraram firme. Não havia escapatória. A lâmina fria pressionou minha pele e cortou sem hesitação.
O sangue escorreu.
Azul.
O silêncio foi absoluto.
Por um momento, parecia que o próprio massacre ao redor havia congelado.
Os olhos de Solon brilharam. Um sorriso lento e satisfeito se desenhou em seu rosto.
"Finalmente."
"Não..." Minha voz falhou.
Ele segurou minha mão, observando o sangue como se fosse um troféu.
"O meu futuro." Sua voz saiu baixa, satisfeita. "Seu sangue vai me dar o que eu quero."
Eu tentei me soltar, tentei negar o destino que se fechava ao meu redor, mas seu aperto foi como uma algema.
Solon me puxou para mais perto, seus olhos dourados brilhando com algo cruel.
"Você tem seis meses, aberração." Sua voz era fria, cheia de desdém. "Se em meio ano não me der um herdeiro, não terá mais utilidade para mim."
Meu estômago revirou.
“Seis meses.” Ele inclinou a cabeça, me analisando como se eu fosse um experimento.
E então mordeu meu ombro, selando minha sentença.
A dor foi cortante. A marca dele foi cravada em mim e minha loba uivou em desespero.
Não era para ser assim. Não era para estar acontecendo desse jeito.
"Ou me dá um herdeiro, ou será sacrificada à Deusa. Seu sangue não será desperdiçado."
Meus pulmões queimaram.
A Pedra Negra.
O altar de sacrifício.
Meus olhos buscaram desesperadamente uma saída, mas os guardas já se aproximavam. Solon deu as costas, entediado.
"Levem-na," ordenou. "Lavem essa imundície. Quero essa loba limpa antes de ser jogada em minha cama."
A ordem foi dada sem emoção, sem hesitação. Como se eu já pertencesse a ele.
"SEU DESGRAÇADO!"
Eu me debati, chutei, gritei, mas ninguém se importou.
Fui arrastada como se não fosse nada.
A cidade ardia atrás de mim.
E naquela noite, eu fui levada para o inferno.
Oie gente, e aqui estamos nós, chegamos ao final dessa historia, ao mesmo tempo que estou feliz, estou triste, foi muito bom escrever cada palavra. Estou me segurando para não chorar. Me aventurei e me encatei com a história, viajei na leitura dessa fantasia e sonhei alto com esse romance.Obrigada também a todos que chegaram até aqui, principalmente a vocês: Evin03 , MiFrei e Yin_Santos. Vocês me incentivaram e me acompanharam até aqui, sou muito grata a cada uma de vocês. Anael e Elisa, um casal que me emocionou e me deixou apaixonada, vou sentir muita saudades deles dois. Mas é com muito orgulho que finalizo essa obra. Beijos, e até nosso próximo encontro.
" — Você fechou os olhos, se concentrou apenas em mim, e quando os abriu, pude ver a cor mais linda que o senhor ja coloriu."Sonho com essa frase, não entendo o por que dela ter vindo até meus pensamentos. Olho para Elisa deitada ao meu lado, ela se mexe ficando de frente para mim, ainda está escuro, não sei que horas são, respiro fundo, beijo a testa da minha eterna menina e a abraço.Fecho os olhos, e sorrindo vou caindo no sono. Tenho minha família perfeita, com certeza alguém lá em cima me ama muito! Tenho tanto a agradecer, que palavras parecem ser poucas para expressar.— Eu te amo! A menina que entrou em minha vida, e me ensinou o quão bonito é o amor! — sussuro baixinho e me deixo levar pelo sono.FIM....
[ visão do senhor Jairfin ]Observo a linda família que meu filho Anael contruiu, estou orgulhoso dele. Ele se tornou um humano honrado, fez e está fazendo um ótimo trabalho sendo o melhor homem para minha filha, Elisa.Paro de olhar para a minha janela ao ouvir duas batidas na porta, já sem quem está atrás dela.—Pode entrar Sureil e Zaniel —falo e assim eles fazem.—Queriamos ter notícias sobre Anael —fala Suriel.—Ele está bem, agora ela já virou pai de duas lindas crianças. Ariel e Zaniel —falo sorrindo.—Zaniel? —Zaniel pergunta de olhos arregalados.—Sim, mesmo ele não lembrando de nada do que viveu aqui, parece que esse nome tem um lugar especial em seu coração.Termino de falar e vejo os olhos de Zaniel se emocionarem, ele luta para as lágrimas não saírem. Eu sei qu
— Tem certeza que esse vestido não está muito apertado? — pergunto a Melissa, enquanto giro em frente ao espelho do meu quarto — Está destacando muito a minha bunda.Ela revira os olhos e termina de passar o rímel, Mel está usando um vestido verde justo e sapato de salto alto na cor nude, mas fica resmungando que eles machucam demais, porém não quer ficar desleixada na festa da empresa.— Está linda Lisa — ela diz me encarando e sorri de lado.Olho meu reflexo no espelho, meus cabelos longos e loiros estavam em uma trança embutida, o vestido azul era justo até a cintura, com uma tira de renda transparente nas costas e um decote simples no formato de coração, a saia era em formato de cauda de sereia, para finalizar um tênis de saltinho especial para o meu problema na cor preta.Hoje estou com uma ansiedade inexplicável, sinto como se algo bom estivesse para acontecer. Depois que Anael me pe
Agora com a respiração mais calma, desacelero meus passos e caminho devagar até a porta da enorme mansão, olho para a palma das minhas mãos e vejo vários arranhões, paro um pouco e me curvo para tentar diminuir a dor nas costelas, nessa posição vejo meu joelho também arranhado e sujo com um pouco de sangue que ainda escorre um pouquinho. Balanço a cabeça esquecendo esses arranhões e paro em frente a porta, estive tão focada em chegar até aqui mas não sei como começar a falar.Respiro fundo decidida a falar a verdade, toco a campainha e dou um passo para trás torcendo que Anael ainda esteja aí, ouço o barulho da chave sendo girada e a porta é aberta. Ana aparece com um semblante triste.— Olá Ana, Anael está? — pergunto trocando o peso de um pé para outro devida a dor.— Oi querid
Estou caminhando pelos corredores frios de um aeroporto, pessoas andam apressadas de um lado para o outro e não entendo o que estou fazendo aqui.Mais a frente avisto Anael andando apressado entre aquelas pessoas indo em direção ao portão de embarque, movida pelo instinto eu ando em sua direção. Esbarro em uma mulher e quando vou pedir desculpas percebo que ela nem sentiu o impacto e continua a conversar com o homem na sua frente, então sinto várias pessoas passarem por dentro de mim como se eu fosse um fantasma.Olho de um lado para outro tentando achar uma resposta para tudo aquilo mas não encontro e apenas sigo Anael, ninguém consegue me ver e a medida que caminho ao encontro dele mais estranho tudo fica.O encontro entregando os documentos ao atendente para ser liberado para entrar no avião, depois de conferir a moça liberou sua passagem. Passo por ela e continuo caminhando atrás dele, nem olhei o destino do voo.—





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