Ponto de vista de Alessandro
Eu estava perplexo.
Tudo em mim — cada nervo, cada batida do coração — gritava ao mesmo tempo. Era como ser arremessado num vórtice de sentimentos contraditórios, onde a razão afundava e só restavam as emoções cruas: confusão, medo e um tipo estranho de felicidade.
Ghost tinha falado toda a nossa história com presteza, mas as informações tinham o peso de um mundo.
Amanda. Meu passado. Meu luto. E agora — Kira.
Mas algo estava errado. Muito errado.
No instante em que a revelação veio à tona, eu olhei para ela. Para Kira. Seu corpo enrijeceu, seus olhos — tão afiados, tão atentos — vacilaram por uma fração de segundo. Não foi surpresa. Foi repulsa. Foi dor. Como se aquelas palavras, a ideia de ser Amanda, a ferissem mais do que qualquer arma já o tivesse feito.
Ela não respondeu. Não confirmou. Mas o silêncio dela gritou mais alto do que qualquer negação.
Por que isso a incomoda tanto?
E agora penso na minha mãe... no meu pai. Eles nunca tiveram outros filh