Cristine
Olho-me no espelho e estremeço ao ver meu olho ainda roxo, um sinal da realidade do que Carlos fez comigo. Hoje é dia da minha alta e o medo se faz presente em mim, não sei como conseguirei ficar sozinha naquela casa.
— Pronta para irmos? — Minha prima pergunta ao entrar no quarto de hospital no qual estou.
— Não. — Sou sincera. — Estou com medo, Jessica.
— Sei que sim, Cristiane, mas você não pode se tornar refém dele.
— Não é me tornar refém, é que ele prometeu voltar e me machucar e sei que ele fará isso.
— Ele não vai, confie que a polícia logo o encontrará e o prenderá.
— Você sabe que não se pode confiar cem por cento na polícia, não é? Quantos casos de estupros acontecem por dia no Brasil e não são punidos?
— Muitos, mas tenhamos fé de que o seu será diferente. O delegado Gustavo afirmou que se empenhará em prender o Carlos.
— Sim, ele me falou, mas a justiça aqui no Brasil é falha e já se passaram três dias.
— Não se atormente mais. Eu ficarei com você, prima. Cuidamo