Cristine
Respiro fundo e tento não desmoronar ao tocar na maçaneta da porta do quarto de minha mãe. Preciso dar comida a ela, mas toda vez que entro em seu quarto e a vejo desse jeito, meu coração aperta e só quero chorar.
Ela está a cada dia mais debilitada e os médicos já disseram que é questão de tempo para que ela se vá, mas não aceito essa realidade e tenho feito de tudo para que sua permanência aqui dure o máximo possível.
— Oi, mãe — entro em seu quarto com um sorriso estampado no rosto para que ela não fique ainda mais triste.
— Oi, meu amor. Como você está?
Coloco a bandeja de comida na cômoda e caminho até sua cama.
— Estou bem, mãe, mas eu é que devo perguntar como a senhora está.
— Está tudo na mesma, minha filha. Já aceitei meu destino.
— Não diz isso, mamãe. Como vou viver sem a senhora? — Me sentei na cama e segurei suas mãos.
— Você vai encontrar um homem bom que cuidará de você, meu amor.
— Não sei se acredito nisso, mãe. Quero apenas me tornar uma advogada de sucesso