Aquele tipo de amor

Lívia Lafaiete

Bruno não tem tempo de estacionar direito quando abro a porta do carro furiosa, perco um pouco do equilíbrio nos saltos, mas não dou a mínima para essa merda desde que imponha uma distância entre nós dois.

O tecido do vestido balança contra as minhas coxas enquanto o som de cada passada batendo contra o chão cimentado ecoa pelo estacionamento subterrâneo. A luz do sol que entra pelo portão não consegue iluminar todo o espaço fazendo algumas lâmpadas serem acesas com o movimento.

Aperto de maneira frenética o botão do elevador. Quando as portas metálicas se abrem dou um passo para dentro encarando no reflexo do espelho o maldito atrás de mim, a mão grande segura meus fios de maneira doloroso girando-me em seus braços muito mais fortes que eu.

"Me solta , mentiroso." Grito batendo em seu peito com raiva.

"Chega dessa merda, Lívia, você realmente acha que pode viver me ameaçando sem nenhuma consequência, garota tola."

O sinal sonoro do elevador ecoa nos meus ouvidos j
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