Capitulo 8
Salvatore narrando
Eu me viro para ir em direção ao escritório e quando eu entro, eu sinto a voz dela e me viro vendo ela invadir o meu escritório.
— Você não precisa se importar comigo até porque você nem me conhece – eu largo a minha maleta em cima da mesa e a encaro – mas deu para perceber que você não se importa com ninguém ao seu redor, até porque em um ano dando aula para sua filha, foi a primeira vez que você foi buscar ela e pasme, ela nunca mencionou você para mim.
Eu dou uns passos em direção a ela.
— Saia do meu escritório agora – eu falo apontando para porta – eu vou chamar os seguranças.
— Você não se importa nem com a memória da sua vó, a escola que ela criou é a segunda melhor com tão poucos recursos que ela tem, eu não sei se você sabe, mas a um ano e meio eu sou a professora mais procurada lá dentro, atendo de manhã, de tarde e de noite, a escola estava a anos sem ganhar prêmios em competições, e as minhas alunas nunca perderam. Eu realmente sei tudo sobre a verdadeira dona da escola.
— O dono sou eu – eu olho para ela – e você deveria o mínimo ter me respeitado.
— Você apenas herdou a escola , você não sabe nem o valor que ela tem, porque se tivesse iria se preocupar em acompanhar sua filha – ela repete – a verdadeira dona dela é Mariluce Cortez a melhor dançarina que o mundo já viu e se inspirou, mesmo tendo um marido machista após a morte dele, ela criou os seus filhos sozinha e conquistou o mundo com a sua dança e delicadeza – eu a encaro e meu pai para na porta – você pode me mandar embora da escola, mas você jamais será digno de dizer que é dono dela.
— Você acha que é quem para vir até a minha empresa me ofender dessa forma? – eu a encaro – estou ficando sem paciência com você e você não vai gostar quando eu perder a paciência.
— Eu sou a pessoa que está aqui por mim e principalmente pelas minhas alunas, pela sua filha que a um ano entrou na aula de dança toda tímida e cheia de medos, acompanhada da mãe dela , chorando porque a mãe estava doente, e aos poucos foi se libertando na dança – ela me olha – mas é claro você não sabe disso, porque pelo jeito você não se importa com ninguém além de você.
— Eu não vou admitir que você me ofenda, vai embora agora mesmo e nunca mais apareça na minha frente – eu respondo
— E qual vai ser o motivo da minah demissão? O que vai dizer a todos os pais? Eu dou a minha vida por aquela escola, pelas minhas alunas, eu ensaio de manhã, tarde e noite com elas, elas confiam em mim – ela me olha com os olhos brilhando – ao me mandar embora, você não vai só destruir a minha vida, a vida das minhas alunas, a vida da sua filha que vai perder a professora que ela tanto confia e sim o sonho da sua avó também – ela limpa uma lagrima que desce sobre o seu rosto – eu jamais iria procurar você para pedir meu emprego de volta, mas o senhor jamais vai saber o que é dar a vida por algo que você tanto ama, que tanto sonha como eu dei e ver tudo desandar por causa de um – ela me olha e eu a encaro vendo se ela teria culhão de falar mais alguma coisa – um garoto mimado no corpo de um homem que sempre ganhou tudo nas mãos como você. – ela se vira e dar de cara com meu pai.
Meu pai se aproxima dela e ela fica paralisada encarando ele.
— Como a senhorita se chama? – ele pergunta para ela.
— Giovana – ela fala
— Armando Cortez filho de Mariluce – ele fala – obrigada por falar tão bem da minha mae.
— Por favor – eu falo – vai fazer o que? Vai coroar ela? Dar um premio.
— Professora Giovana, Safira me disse sobre você na noite passada, ela me procurou e eu vim até aqui por causa disso – meu pai fala.
— Era só o que me faltava – eu falo colocando a mão sobre a cabeça.
— Salvatore – meu pai fala e Giovana me encara.
Eu reviro os olhos e me aproximo dela que agora estava me encarando.
— Você pode voltar para escola mas não ache que é porque eu quero que você volte, pelo ao contrário por mim você jamais pisaria os pés lá – ela me encara com um sorriso fraco no rosto e bem debochado – mas você volta com uma condição.
— Qual? – ela pergunta
— Vai dar aula particular para Laura duas vezes na semana – eu respondo
— Só se for sábado e domingo – ela responde
— Não importa o dia, quero apenas que você ocupe a cabeça daquela criança – eu falo e ela me encara.
— Daquela criança ou sua filha? – ela pergunta
— Daquela criança – eu afirmo e ela me encara. – agora some – eu falo apontando para porta. – antes que eu mude de idéia