Assim que voltei para o quarto hospitalar, minha mãe cruzou os braços e deixou um bico se formar em seus lábios.
— Vai ter que me levar nas costas - ela ditou.
— Nossa! Até parece uma criança - ri.
— É sério, filha, me deixa ficar aqui. Ele falou que a gente não precisa pagar nada e…
— Mãe! - chamei a atenção da mais velha.
— Desculpa! - ela abaixou a cabeça - Só estou lhe dando trabalho, não é?
— Mãe, não diz isso.
Eu me aproximei dela e deitei ao seu lado, naquela cama grande e espaçosa. Ali era realmente confortável, muito mais do que a do antigo hospital.
— Você tem vinte e quatro anos. Deveria estar saindo com as suas amigas para se divertir aos sábados à noite. Deveria namorar, também.
— Mas eu preciso cuidar da senhora.
— Por isso digo que só estou lhe dando trabalho.
Eu a abracei e dei um beijei na testa dela.
— Eu estou bem, tá? Eu só preciso que a senhora fique bem, também.
— Promete que mesmo que eu esteja em tratamento, deitada em uma cama, você ainda vai s