Nicolas Santorini
O ronco suave dos motores do avião e a escuridão além da janela me faziam sentir ainda mais sozinho. A cidade lá embaixo desaparecia aos poucos, substituída por um mar de nuvens que parecia se estender até o infinito. Eu deveria estar acostumado com isso. Viajar fazia parte da minha vida, dos negócios, do império que construí com esforço e inteligência. Mas, dessa vez, a sensação era diferente.
Terminei minha dose de uísque e deixei o copo sobre a mesinha ao lado. A aeromoça ainda me lançou um olhar interessado, mas eu a ignorei. Não tinha paciência para jogos de sedução vazios. Meu pensamento estava em outro lugar.
Ou melhor, com outras pessoas.
Jhulietta e Ethan.
Provavelmente, Ethan já estava dormindo, enrolado em seus cobertores, com aquela expressão tranquila que sempre me fazia sorrir. E Jhulietta... ela devia estar por perto, certificando-se de que ele estava confortável, como sempre fazia. Ela cuidava dele com um carinho que eu jamais imaginei qu