《Cárter》
Desde que me reconciliei com Phani, nossas conversas se tornaram constantes. Duas, às vezes três vezes por semana, almoçamos juntos. Fiz um compromisso silencioso comigo mesmo: dedicar-lhe o tempo e a atenção que antes negligenciei. Hoje, ela ocupa o lugar mais alto na minha lista de prioridades.
O convite de hoje veio com uma novidade: o almoço seria no apartamento novo. Ela e Matteo decidiram morar juntos, e, como prometeu, ele tem cuidado dela com empenho. A felicidade nos olhos de minha filha quando fala dele é inconfundível — o tipo de felicidade que não se finge. Já senti algo assim com Estela; sei reconhecer.
Resolvi ir dirigindo. O trajeto é curto e, por coincidência, dei folga a Sebastião. O dia está claro, com o sol filtrando-se pelas folhas e lançando sombras móveis no asfalto. O motor responde macio, e a cidade, nessa hora, parece menos impaciente.
A poucos quarteirões do destino, o celular vibra. É Sthephania. Atendo, e conversamos por alguns minutos. Sua voz